O Eminente das Letras

Hoje nossa pequena Coelho Neto teve a incomensurável honra de receber o grande Artesão das Letras, Salgado Maranhão, para o 3º Salão do Livro (SALICON). Não quero aqui descrever minuciosamente sua fulgente biografia, muito menos elencar sua vasta obra, quero mesmo, com linguagem simples, expor o que de esplêndido vi neste bardo maranhense (caxiense), cuja brandura encantou a todos.

Tenho sempre comigo o tenaz pensamento de que somente os pequenos são capazes de não perder a humildade ante o sucesso, e Salgado Maranhão nos mostrou isso através das suas várias atitudes, quando abordado para fotos, perguntas, elogios e honras.

Nosso poeta, posso dizer nosso porque ele faz parte da história maranhense, é de uma sensibilidade extrema. Seus versos possuem vida e por pouco não saltam do papel, as palavras são tão bem alinhavadas que nem mesmo o passar dos anos a deixam puídas. Escreve com uma elegância impecável, que o diga Ferreira Gullar: "Salgado é um dos mais brilhantes poetas de sua geração e possui um trabalho de linguagem muito especial".

Homem danado de bom esse Maranhão, que salga o chão por onde pisa e deixa rastro de comida temperada, salgada com pura eficiência de um “chef” das Letras. E saborear um prato de seus poemas não é tão fácil, não. A linguagem é lapidada ao máximo, desnudada, vestida, provada e milimetricamente posta para nosso deleite.

Ficou apenas o desejo fremente e silente de estar frente a frente no bate-papo A corrida contra o tempo não me oportunizou esse desejo, que ficará guardado esperando outros ventos soprarem na minha aldeia. Para ele, iria recitar, se não me houvesse traído o tal tempo, um poema meu intitulado Artesão, arte sã, que estará presente na seletiva de julho da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, o qual transcrevo:

Artesão, arte sã

O poeta é o artesão das letras

Tem o poder de moldá-las

Aprumá-las no papel, recortá-las

Versos, reversos, rimas, ritmos

Conectam-se conexos e coesos

Transformando palavras em sonhos

Transformando trevas em luz

Ó, Letras cândidas, charmosas, orgulhosas

São nossas armas e nosso chão

Nosso lamento e nosso pão

Útero fértil esperando vida

Elian Maria Bantim Sousa

13/07/2012

Elian Bantim
Enviado por Elian Bantim em 13/07/2012
Reeditado em 13/07/2012
Código do texto: T3775157
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