Dedos de prosa -



 
Tenho feito bons amigos na internet e as amizades acontecem de formas diferentes. Um dia recebi um e-mail pedindo permissão para publicar um texto meu no blog Gândavos – Os Contadores de Histórias. Foi assim que conheci Carlos Lopes. O pedido se repetiu e outra autorização para ser publicado foi dada.  Depois ele me disse que estava publicando um livro e queria permissão para publicar no livro comentários meus aos seus textos. Permissão concedida. Semana passada o livro chegou como um presente e eu fiquei encantada com a qualidade: edição e texto.
Dedos de Prosa é o nome do livro. De conto em conto Carlos Alberto dos Santos Lopes desfia seus contos, como se os contasse nos dedos, das mãos e dos pés. Ou só das mãos, indo e vindo. São histórias que viveu e que refletem sua formação moral e cultural. E que mostram, em cada página, a pessoa que é: Um amigo generoso capaz de repartir o que tem de bom com todos.
O livro ficou bonito.Seus amigos compartilhando. Ali está a orelha escrita pelo carioca Gilberto Dantas. O fluminense Nêodo Ambrósio de Castro , escreve a contra capa.Na introdução, Carlos afirma ser um sujeito de sorte por ter recebido colaborações de amigos das mais diferentes partes do país. E relaciona todos.
Edmar Sales é o responsável pelas ilustrações, muito bonitas por sinal. Cada conto é precedido de uma ilustração, emoldurada em preto. Nas costas de cada ilustração, nossos comentários, em branco sobre preto. E aí vem os contos, todos ilustrados com a mesma figura colorida da capa, agora em preto e branco. Eu digo – surpreendeu-me pela beleza.
Gosto de ler contos e crônicas porque posso ler um, parar e deixar o resto para depois – mas contei todos os dedos dessa prosa saborosa em uma única noite.
Um dos comentários que fiz foi sobre o conto A esposa virgem. Escrevi:”Comecei a ler o conto, bem escrito, de fácil leitura e fui pensando – simplesinho, onde estará o choque? Porque conto tem que ter esse elemento, o que nos surpreende e muda todo o roteiro para onde estávamos sendo conduzido. E ele veio antes do que eu esperava. A reviravolta, onde tudo o que parecia ser deixou de ser. Era outra coisa, muito diferente e surpreendente.A simplicidade com que a história está sendo contada é mais um elemento perturbador. O próprio Maquiavel não faria melhor. Uma história boa de ler do princípio ao fim. Traz a marca da boa literatura”.
Presto aqui minha homenagem a esse escritor e homem de cultura pernambucano que espero breve conhecer pessoalmente. É que Recife é um dos meus destinos favoritos. Parabéns Carlos e obrigada por sua amizade e confiança.
,