Á Um Cortador de Cana
Á Um Cortador de Cana
Pois é; Acabou-se o tempo
de jovens cortar cana.
E as nuvens alvoroçadas
correm sedentas de outros céus.
O canavial é um mar
desértico com um monstro
de garras de aço a levantar poeira.
Esqueléticos cambitos adocicados
que não sentem mais a mão do homem
nem o facão rabo-de-galo.
Não se vê também a morena ancuda
de quartinha debaixo do braço,
matando a sede do cortador de cana.
Que ao vê-la senti sede de outra coisa .
E verdejar tudo de novo,
um soluço de água mensageira
pra fazer brotar as ametistas
das covas rasas, sob um céu plúmbeo
de pérolas liquidas.
Texto do livro Poemas e Poesias(inédito)
Camaçari,24/12/2012// 14:50hs.
Fernando Alencar aos cortadores de cana
da minha querida Triunfo/Pe