JOVEM MENINA...

Ela é tão jovem ainda, 17 anos. Vê-la amadurecendo me dá um misto de alegria, saudade, preocupação e Fé no que virá.

Fernanda Kelly de Jesus Gomes, minha primogênita, nossa menina. Todas as mães costumam dizer: "Nossa! Parece que foi ontem que nasceu." O nome, eu escolhi pesquisando significados. Fernanda: Significa “ousada para atingir a paz”. É uma variante feminina de Fernando, que tem origem no germânico Fredinando, derivado de Fridunanth (Teotônico), composto por fridu, que quer dizer “paz” e nanth, que significa “ousar”. E o nome Kelly é proveniente da Irlanda, e significa: Donzela Guerreira.

Quero falar do trajeto dela durante o ano de 2013, quando estudou com mais afinco, em seu 3º ano do Ensino Médio, para passar no vestibular. Apesar de que sempre foi voluntariamente estudiosa; não havia a necessidade de eu ter de forçá-la a flertar com os livros. Ela sabia que tratava-se de um processo, por vezes, muito injusto mas, sua serenidade passou-me a impressão de tranquilidade mesmo diante das tormentas.

Fernanda sempre foi aluna de colégio público e dizia: "Mamãe eu não vou inscrever-me em faculdade particular por que sei que vocês não tem condições de pagar". Eu ficava calada, porém a gente sempre dá um jeitinho quando é para concorrer para o sucesso dos filhos. Ela buscou um comportamento que estivesse acima de qualquer julgamento indigno, pois passou-nos inúmeros exemplos de hosnetidade, de equilíbrio, agindo sempre com responsabilidade, franqueza e humildade. Seu jeito bondoso de ser e seu senso de justiça a fez trilhar com sobriedade o caminho do sucesso.

Esperamos que tenhamos êxito também com nosso filho Jorge Lucas e netos. Os netos que nós já temos, eu e meu marido Jorge Antonio - a Vitória e o Dérick Jorge - são filhos do Tiago Jorge, 26 anos, que é filho do meu marido e meu filho do coração. Quando a 'Nandinha' tinha tres anos, chegou o Jorge Lucas, para alegrar ainda mais a nossa família Minha menina Fernanda, tem o cuidado de tratá-los com  igualdade. Tiago Jorge sempre morou com minha sogra e o não convívio direto com esse, bem como a maior intimidade com aquele não a fez agir com indiferença a nenhum deles, buscando arrazoar, dividir e equilibrar seu comportamento terno no trato e na relação com seus irmãos.

Fernanda teve uma grande conquista quando fez as provas da OBMEP _  Olimpíadas Brasileira de Matemática do Ensino Público - Onde conquistou por dois anos "Menção Honrrosa" - A primeira vez foi ainda na 8ª série (hoje 9º ano) a notícia chegou às vésperas de ela completar 15 anos, ocasião em que ganhou uma bolsa do PIC (Programa de Iniciação Científica) e passou a estudar aos sábados na Universidade Federal do Pará. Motivo pelo qual pediu licença no Grupo dos Escoteiros que faz parte.

Certo dia, já no ensino médio, ela chegou da escola "Paes de Carvalho", onde estudava de manhã, dizendo que foi procurada pelo vice-diretor; este por sua vez, disse que já tinha ouvido falar de seu nome através do acesso à listagem da Governo Federal em relação às Olimpíadas de Matemática e propôs apresentá-la ao diretor de um cursinho pré vestibular - IDEAL - onde lhe seria ofertada uma bolsa de estudos integral.

De forma que obteve mais um ganho, graças à sua dedicação aos estudos. Ela saia bem cedo para as aulas de conclusão do ensino médio, comia pelo trajeto e chegava no período vespertino ao cursinho; a maior parte das vezes, com as aulas já em andamento. Quando chegava em casa, tomava banho, comia e voltava para os livros. Por 'enes' vezes eu chegava em seu quarto mais de meia noite e dizia-lhe: "Está bom filha, vá descansar", uma vez ela me abraçou, parecia exausta, e disse-me: "Mãe eu vou passar!"

Quando anunciou que ia sair o listão a conversa era outra: "Mãe eu acho que não vou passar..." falava isso com aparente nervosismo e eu a acalmava: "Filha não tem problema, és muito nova, farás de novo, se preciso for. Não se preocupe!" Eu dizia isso, contudo, tinha convicção do contrário e não deu outra. A imagem que  mostro acima, foi o primeiro processo seletivo conquistado. Com aprovação na UFRA - Universidade Federal e Rural da Amazônia, no curso de Engenharia Florestal.

O listão saiu em uma segunda feira, nem consigo descrever tamanha alegria. Foi festa o dia inteiro entrando pela madrugada. Logo na sexta feira seguinte, saiu a divulgação do vestibular mais disputado em Belém; o da UFPA - Universidade Federal do Pará, no curso da Engenharia Mecânica, com outra vitória ainda mais festejada; e para fazer fazer jus a todo seu esforço veio novamente outra conquista, pois ela também passou na UEPA - Universidade Estadual do Pará, na Licenciatura em Matemática.

Haja fogos, ovos, churrasco, cerveja, sucos, refris, água, danças e músicas, principalmente a tão famosa marchinha "Alô, alô, alô papai, alô mamãe, ponha a vitrola pra tocar pode soltar foguetes que eu passei no vestibular!" É o hino do vestibular do mestre Pinduca, um dos reis do carimbó aqui do Pará.

Divido um pouco dessa história com meus leitores, por que tenho certeza que é um belo exemplo de força, superação, vontade de vencer e eu como mãe, mulher; que também muito lutou, para conquistar a tão sonhada universidade; homenageio-a, cheia de orgulho e infinito amor. E SIGA COM DEUS MINHA FUTURA ENGENHEIRA, JOVEM GUERREIRA, COM OUSADIA, PARA ATINGIR A PAZ!

Madalena de Jesus (A mamãe coruja)

 

Maria Madalena de Jesus Gomes
Enviado por Maria Madalena de Jesus Gomes em 10/02/2014
Reeditado em 10/02/2014
Código do texto: T4685485
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