Tempo que não há mais de voltar
Cada vez que revisito o passado
Revejo meu pai chegar da lida
E num raro momento de ternura
Cantar pra meus irmãos e eu:
“Lá atrás daquela serra
Passa boi passa boiada”...
Cada vez que revisito o passado
Pareço até ouvir o som alegre do berrante
O sol ia se pondo...
Boiadeiro montado em seu cavalo alazão, a gritar: “eia”
Até a boiada pela porteira passar.
Cada vez que revisito o passado
Tempo que não há mais de voltar
De pesar meu coração fica doído
Sinto uma tristeza, uma vontade de chorar
Saudade dos idos tempos de menina
Saudades de meu pai
Que partiu pra não mais voltar.
(*) Imagem: Google