CARTA A TODAS AS MÃES (Republicação)

Querida mãe,

Sei que, por muito que escreva e diga nestas palavras simples mas sinceras, jamais suplantarei o poder do amor que tens por mim!...

Sei que és apenas uma mulher frágil e sofredora, trajando a rigor a pele de super-heroína, e que tem ido buscar forças ao fundo do ser onde ninguém – nem tu talvez – supunha existirem!...

Sei que guardas para ti dores que ninguém pode compreender, a não ser outras mulheres de semelhante carácter!...

Sei que ontem foste menina, adolescente e senhora; que foste amor, paixão, certezas, dúvidas, risos e dor; e que de tuas entranhas se gerou e nasceu o milagre da vida!...

Sei que no encantamento do apogeu dos sentimentos, sorriste das tuas lágrimas, sentindo um orgulho imenso no ser que acenava para a Luz e que faz a própria noite tornar-se dia!...

Sei que entregaste o alimento sagrado, nascido dos teus seios generosos e maternais, sugados pela avidez da glória!...

Sei que testemunhaste o evento dos primeiros passos, das primeiras palavras, das primeiras gargalhadas, magia da inocência feita ser!...

Sei que partilhaste dores que não sendo tuas, te pertenciam por inteiro, ao assumires a responsabilidade de seres mãe a tempo inteiro!

A vida trouxe-te episódios, os quais nunca sonhaste virem a fazer parte do enredo da tua história.

Quantas vezes te perguntaste - numa vã tentativa de auto-recriminação - onde é que tinhas errado?...

Mãe ouve-me, não podes querer assumir todas as preocupações da humanidade... Cada um de nós faz parte do elo de uma corrente, que está por descobrir…

Por isso não chores!... Não sofras mais por mim!... Eu tenho que seguir o meu caminho, rumo ao meu destino e transportar a minha cruz, sem esperar que estejas sempre aí para me valer.

Tenta compreender que o teu papel sendo muito importante aos olhos de Deus, não pode sobrepor-se ao meu.

Tu desempenhaste com distinção, aquilo que te foi pedido: Foste Mãe! Foste Luz! Foste Amor!

Agora e sempre, grato por tudo quanto me deste!

Obrigado, Querida Mãe!!!