Quintana

Quando Mário Quintana morreu,

um certo torpor me tomou a vida.

Uma preguiça de escrever, de ler...

Senti sua falta como de um amigo

que passando férias comigo

fora embora sem se despedir,

deixando como lembrança

seus grilos que cricrilavam

a cada quinze dias numa página de revista.

E um monte de anjos, sentados,

numa fila de sala de espera,

aguardando uma próxima edição

que, certamente, não virá.

Margot Jung
Enviado por Margot Jung em 28/05/2007
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