HOMENAGEM A UM AMIGO QUE SE FOI

AMIGO CAVENDISH

Foram exatamente 43 anos de convivência que defino como de uma verdadeira amizade.

Verdadeira porque não experimentamos somente momentos de harmonia. Tivemos também nossos momentos de brigas homéricas e até passamos quase dois anos afastados por desavenças que nos permitiram cada um seguir o seu caminho.

Mas o mais importante é que apesar dessa distância, nunca desejamos mal um ao outro.

E em 1985, exatamente no elevador do prédio onde trabalhávamos, a porta do elevador se abriu (eu estava só) e você entrou. Olhamos um para o outro e sem o menor esforço nos cumprimentamos e voltamos àquela amizade que na verdade nunca tinha se acabado.

Precisamos desse tempo para refletir se éramos verdadeiramente amigos ou não. Continuamos com as nossas brigas que sempre terminava com um aperto de mão.

Chato você não era. Era chatíssimo ao extremo e eu não fico atrás.

E nesse momento de despedida não vou chorar. Pois os momentos que ficarão na minha lembrança serão das nossas conversas na faculdade, dos dias que estudávamos para as provas, do dia em que descobri que você estava namorando com a minha irmã (fiquei enciumado), das amigas da faculdade que disputávamos para namorar e por ai vai. Essas lembranças boas farão todas as vezes que pensar em você,sorrir e não chorar.

Diferentemente de você, não acredito em outra vida e, portanto, se estiver certo, nunca mais nos encontraremos.

Mas,mesmo triste,, o que me conforta é ter o privilégio de ter sido você o meu verdadeiro amigo. (Ricardo Azevedo)