Vozinha.

Ela foi guerreira, passou por maus bocados. Sofreu na infância e na adolescência. Na vida adulta ela amadureceu e soube lidar com suas dores. Criou seus filhos da melhor forma que pode. Conheceu seus netos e bisnetos. Era amada além da conta. Ela sabia disso!
Certo dia, uma dor excruciante a tomou de surpresa. Lá se foi minha vozinha para o hospital. Pancreatite crônica. Assim começou a jornada sem volta.
Foram onze meses de internação na UTI. Entre comas induzidos e despertar milagrosos, ela lutou com muita garra até o seu último dia de vida. 10/07/16 as 14:30h, desencarnou minha vozinha "Lude" (carinhosamente chamada por nós).
A tristeza nesta hora veio a jato. Em especial para mim, foi um alivio do tormento e das dores. Ela sofreu muito definhando todos os dias, nem morfina ajudava mais.
Hoje minha vozinha está no plano de luz, tenho certeza. Em vida ela foi evangélica, e uma pessoa pra lá de boa. Amava a todos nós e gostava das nossas visitas.
Eu não sinto a dor da perda, eu sinto aconchego, pois, sei que ela vive. Ela vive e olha por nós. Está sem dor e sem medo. Talvez com um pouco de saudades de nós, por que não? Afinal, ela era a vozinha que foi mimada por todos nós ao longo de sua vida!
A morte do corpo físico não é o fim da jornada. Estamos aqui na condição de espíritos encarnados para cumprir a nossa missão de evolução. Quando a hora do desenlace peri-espiritual chega, uma nova vida começa no plano astral. É a volta para casa.
A saudade fica para sempre em nós, somos humanos e temos emoções e sentimentos. Não há nada de errado em chorar e sentir saudades.
Mas de uma coisa eu estou totalmente certo; Minha vozinha vive e está feliz. E sempre que puder virá para nos visitar. Espero esse dia loucamente.

O nome da minha guerreira: Maria Alves Nogueira Vieira de Freitas. A vozinha que foi amada por demais pelos seus filhos, netos e bisnetos.
Hoje ela vive mais do que nunca. Hoje ela sabe que nem a morte é capaz de separar pessoas que amamos.

Beijinhos vozinha.