Há mil tons...?

Por certo, até mais, bem mais de mil tons de trocadilhos...E eu já era fã deles quando conheci aquele moço espigado, achocolatado, o Hamilton, com quem trabalhei - ou trabalhei...? - no Colégio Municipal de Contagem na primeira metade dos anos setenta...Ele era lente de Química, porquanto eu batia com as duas, no Inglês e no Francês. Ginásio e Colégio e, maiormente nossas aulas se concentravam no turno da noite. E nossos embates trocadilhísticos, umas duas vezes por semana, eram terçados no caminho de volta a Beagá.

Duma feita, prontos para saborearmos uns sanduíches numa lanchonete que havia na Bahia, próximo do Minas Tênis Clube, quando pedi mostarda, e ela finalmente veio, foi Hamilton que me veio com aquela: Amós tarda, mas não falta... Entre a especiaria e o profeta, só sei que quase me engasguei...

Noutra ocasião, quando se buscava encher de ufanismo os saudosistas de tempos imperiais, com a celebração do Sesquicentenário da Independência e o périplo da urna de Dom Pedro I pelo Brasil, Hamilton lascou aquela, lapidar que nem ela: Como era temeroso esse nosso Imperador, Paulo, põe sentido: só faz viagem de urna...

E não sei que forças medíamos, mas estávamos meio cabeludos, ao se referir a Sansão, o Professor Hamilton soltou aquela pérola: É, aquele cujo cabelo ia dali lá...

E entre as muitas, incontáveis pupilas admiradoras de Hamilton, a que lhe fisgou o coração foi uma mais que graciosa e seiosa Cazilda, com z mesmo, cacilda!

Se tiver vingado a união que tudo tinha de promissora - prometedora? - já hão de ser avós, ou, em atualização mais precisa, bisa...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 12/07/2018
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