Paulo VI

PAULO VI
Miguel Carqueija

Amanhã, 14 de outubro de 2018, nosso amado Papa Francisco estará canonizando o saudoso Papa Paulo VI, além de seis outros beatos. Nascido em 26/9/1897 em Concesio, Itália, falecido em Castelgandolfo m 6/8/1978, conduziu a Igreja católica durante quinze anos, tendo sucedido S. João XXIII em 1963 e prosseguido com o Concílio Vaticano II, iniciado no ano anterior.
O Cardeal Giovanni Battista Montini, Papa Paulo VI, dirigiu a Igreja de Cristo num período especialmente conturbado, seja na política com a Guerra Fria, seja nos costumes, ou mesmo numa aberta rebelião nos meios católicos e mesmo entre sacerdotes e bispos, contra a hierarquia e a ortodoxia da Fé. Não faltaram padres e bispos contaminados pelo espírito mundano, pelas ideias liberais ou socialistas, que s eopuseram até com virulência a este que parece ter sido um papa angustiado diante de tantos desatinos. Houve por exemplo o caso do Abade Franzoni, na Itália, que declarou sua intenção de entrar para o Partido Comunista, e Paulo VI o demitiu do estado clerical. Paulo VI chegou a declarar com aflição que a Igreja estava se “autodemolindo”, tais as loucuras (inclusive catecismos, teólogos heréticos promovidos pela mídia etc) que envolveram o ambiente católico. A petulância da chamada “Igreja Progressista” (progressista uma conversa) foi tanta que uma senhora católica telefonou angustiada ao Professor Gladstone Chaves de Melo, ilustre escritor católico de nosso país, e perguntou se era verdade que a Santa Sé havia proibido rezar o terço (!!!).
Paulo VI chegou a dizer que, de algum modo, a “fumaça de Satanás” havia penetrado na Igreja.
Houve também católicos (bispos inclusive) que se rebelaram contra Paulo VI pelos motivos opostos, achando que ele estava a favor da rebelião, por causa do Vaticano II (que aliás só publicou documentos perfeitamente doutrinais) e da reforma litúrgica que permitiu o uso do vernáculo nas missas. Mas havia necessidade de reformas que não mudaram a Igreja em suas doutrinas, mas aproximaram a Igreja do povo. Basta ver a valorização dos leigos desde então, a própria Canção Nova é fruto disso.
Nas Filipinas chegou a ser esfaqueado por um doente mental.
Ao lançar a grande encíclica “Humanae Vitae” em defesa dos valores de família e da vida humana, foi violentamente atacado até por sacerdotes.
Por volta de 1970 declarou para o mundo, com grande coragem e lucidez: “A Igreja é tenazmente conservadora”.
O primeiro papa a viajar pelo mundo, aproximando-se dos povos de vários continentes.
Um grande homem e um grande sacerdote. O novo santo da Igreja.

Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2018.