História Da Música They Don't Care About Us - Michael Kackson

"They Don't Care About Us" é o quarto single lançado por Michael Jackson em 1995 como parte da promoção do álbum HIStory. A música foi uma das mais polêmicas de toda a carreira de Jackson. Acusado de fazer apologia ao antissemitismo pelos jornais, Michael alegou que não tinha a intenção de ferir ninguém e regravou a música, que é um hino contra as injustiças sociais. They Don't Care About Us é diferente de todo o estilo musical de Michael. A canção tem batidas de reggae e Hip Hop. A parceria com o grupo baiano Olodum introduziu, na canção, elementos de samba-reggae.

Polêmica

A possibilidade de a letra de "They Don't Care About Us" pregar o antissemitismo foi levantada pela primeira vez pelo jornal estadunidense The New York Times em 15 de Junho de 1995. O jornal chamava a atenção para o emprego das palavras jew e kike, que eram usados de forma pejorativa contra os judeus. Jackson respondeu diretamente à publicação, afirmando:

“ A ideia de que estas palavras possam soar de forma preconceituosa é extremamente dolorosa para mim. A canção, na verdade, é sobre a dor do preconceito e do ódio e é uma maneira de chamar a atenção para problemas sociais e políticos. Estou irritado, magoado e, por que não dizer, revoltado, com o fato de a canção ter sido interpretada de forma errônea. ”

Quando foi entrevistado no programa "Primetime" , em 1995, o cantor se defendeu. Não é antissemita, porque eu não sou uma pessoa racista. Eu nunca poderia ser um racista, porque eu amo todas as raças. O cantor lembrou que cresceu em uma comunidade judia e que alguns de seus colaboradores e amigos mais próximos eram judeus, como por exemplo Steven Spielberg. Um dia após as declarações de Jackson, integrantes da comunidade judaica foram defender o cantor, alegando que ele realmente tinha boas intenções quando escreveu a música. Mesmo assim, Jackson alegou que iria regravar a mesma e que a nova versão viria nas próximas tiragens do álbum. Teve então que recolher os álbuns das lojas e lançá-los novamente com a edição e um seguinte pedido de desculpas: "Eu só quero que todos vocês saibam que sou fortemente comprometido com a tolerância, a paz e o amor. E peço desculpas a qualquer um que tenha se ofendido." Todos os gastos foram pagos por Michael. Curiosamente, no mesmo ano em que a música foi lançada, Jackson casou com a enfermeira judia Debbie Rowe.

A música

A canção começa com uma mulher falando Michael, eles não não ligam pra gente! e, logo depois, várias outras cantam o refrão. A maior parte da música é em D(Ré) menor. Guitarra e piano são alguns dos instrumentos usados. A canção teve um ótimo desempenho na Europa: na Alemanha, chegou a ficar em primeiro lugar por três semanas. Já nos Estados Unidos, a canção sofreu com a polêmica causada pela letra e só teve um desempenho bom nos charts de R&B. Foi nessa época que Jackson começou a sofrer conspiração no país, segundo ele mesmo.

Videoclipe

Versão no Brasil

O vídeo foi produzido por Spike Lee em Salvador, no Pelourinho e na Favela Santa Marta, no Rio de Janeiro. Produzir o videoclipe de They Don't Care About Us não foi uma tarefa fácil. As autoridades da época não queriam que o vídeo fosse gravado, pois temiam que denunciasse a pobreza dos locais e as falhas dos governos. Já os moradores dos locais ficaram felizes em receber o cantor. Outra polêmica é que o diretor Spike Lee teve que negociar com os traficantes do Morro Dona Marta para garantir a segurança do astro. O governo criticou muito essa decisão e Lee, em resposta, disse que a polícia não tinha poder suficiente para garantir a segurança de Jackson. O vídeo conta com a parceria do grupo baiano Olodum, que ajudou a música a ficar com uma cara mais brasileira, introduzindo o samba-reggae na canção. No começo do vídeo, uma mulher diz "Michael, eles não ligam pra gente" em inglês "Michael, they don't care about us". Essa voz na entrada foi gravada por Angélica Vieira, produtora do Manhattan Connection.

Versão em prisão

Michael Jackson produziu uma segunda versão para o videoclipe. Tinha, como cenário, uma prisão estadunidense. A versão carcerária do vídeo foi gravada em estúdios de Nova Iorque no final de Fevereiro, após Michael ter visitado o Brasil. Esta versão é menos conhecida no mundo todo. A MTV estadunidense baniu a versão na sua grade normal devido à violência exposta no vídeo. A VH1 e a MTV só tinham permissão para transmitir o videoclipe após às nove horas da noite.

This Is It

Sendo uma música criticada pela imprensa, foi a primeira a ser divulgada no mundo afora, imediatamente após a sua morte. No dia 27 de junho de 2009, dois dias depois da morte de Michael, a AEG LIVE, produtora do show, divulgou um vídeo de quase um minuto e meio de um ensaio que Michael realizara no dia 23 do mesmo mês para This is It.

Desempenho nas paradas musicais Covers e influência

• Na versão japonesa de Rethroned, o segundo álbum de Northern Kings, banda da Finlândia formada por quatro famosos músicos de heavy metal, há, como bonus track, uma versão de They Don't Care About Us.

• O grupo New Soul regravou uma versão da música.

• O grupo Olodum usualmente toca a música em seus shows.

• Uma das vocalistas de apoio de Daniela Mercury cantou a música no carnaval de Salvador de 2010, enquanto Daniela e Margareth Menezes assumiram os backing vocals da canção.

• Os detentos de uma prisão de Cebu (região central das Filipinas) fizeram homenagem a Jackson, morto um ano antes. Em 2007, presos do mesmo local ficaram famosos no Youtube ao fazerem uma coreografia coletiva para Thriller, vista mais de 37 000 000 de vezes. Os presos contaram com a ajuda do coreógrafo de Michael, Travis Payne e dos dançarinos Daniel Celebre e Dres Reid—eles aparecem à frente dos detentos no vídeo conduzindo a coreografia de They Don't Care About Us da turnê This Is It. O vídeo faz parte da divulgação do documentário sobre Michael homônimo à turnê, lançado em DVD e em Blu-ray Disc no mercado.[14]

• O clipe Beautiful, de Snoop Dogg e Pharrell Williams, é similar ao vídeo de They Don't Care About Us.

• Depois da visita de Jackson ao Morro Dona Marta, o local virou um dos pontos preferidos de famosos. Além de Jackson, Madonna, o ator Hugh Jackman e as cantoras Alicia Keys e Beyoncé visitaram o local, as duas últimas também para a gravação de um videoclipe.[15]

• Uma estátua de bronze de Michael Jackson foi erguida no Morro Dona Marta um ano após sua morte, no mesmo local onde o cantor havia gravado as cenas do videoclipe. A obra, produzida pelo artista plástico Estevan Biandani, retrata o cantor com o mesmo visual do clipe em 1996, olhando pela favela. A laje também ganhou um mosaico do cantor feito pelo famoso artista plástico brasileiro Romero Britto. O espaço, que antes já era chamado de Laje Michael Jackson, recebeu o nome do cantor oficialmente.

Vinicius Moratta
Enviado por Vinicius Moratta em 03/02/2019
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