VOVÔS

Vovô Antero, sábio e prudente.

Brinca com a gente... No sério.

Octogenário, se finge de esquecido,

E com alguns gemidos, chantageia.

Vovô esperto! Prende-nos na sua “teia”.

Carinha de santo arranca prantos

De emoção. Da sua cadeira de balanço

Observa tudo e se alguém fala, finge que dorme.

Todos os dias, me pergunta:

Meu neto! Você me ama?

E eu digo: vovô deixa de manha!

O Senhor sabe que sim...

Tu és para mim, o meu começo e o meu fim.

Vovô me olhou de um jeito!

E no dia seguinte, se fingiu de esclerosado,

Não lembrava meu nome e nem o seu passado

Repetia histórias, narrava vitórias e batia no peito.

Com olhos arregalados, perguntou-me: o que você faz aqui?

Sai da minha casa, seu... Bandido!

E iniciou um gemido

Pedindo pra eu sair dali.

Vovô Antero se jogou ao chão

Fez tanta provocação

Que na hora, acreditei...

Mas em todo momento, dele cuidei.

Vovô então deu fim à encenação

Olhou para mim e disse:

Não é nada!

Eu só queria saber se você me amava mesmo!

Sorrimos junto, o resto daquela manhã!

Esse vovô Antero! É uma figura!

Parabéns! Aos vovôs desse mundão...

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 11/02/2019
Código do texto: T6572333
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