A chave

A chave

A chave de onde?

Até hoje eu não me conformo a sua partida.

Choro toda vez que vejo aquele hotelzinho barato, sujo, medíocre.

Choro quando esbarro com algum rapaz que tenha o seu tipo físico e seu andado.

Chorei quando encontrei seu cartão de visita na minha carteira.

A chave!

Me perguntei mais uma vez o motivo de você ter ido tão cedo e daquela forma.

A morte não te merecia, sabia disso?

Detesto ir aos eventos culturais sem você.

Sempre que eu recebo algum convite de Sarau, roda de leitura, ou exposição de artes, era o seu número que eu ligava.

E você precisou fazer isso comigo, conosco!! Por que?

Chove chuva lá fora, e essa chave amarela, junto com um símbolo engraçado, bem típico seu, é o que restou de você em mim. Fora essa saudade que parece não ter fim.

A morte não te merecia, e ainda está impossível não chorar a sua ausência.

Por que você teve de ir embora?

A morte não te merecia, e a vida sim, essa sempre te quis.

À M.Marins (in memoriam)

Gabriella Gilmore
Enviado por Gabriella Gilmore em 18/02/2019
Reeditado em 18/02/2019
Código do texto: T6578396
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