Aquele Que Se Foi

Menina maix como tu tá magra

Que cê faz de bom co'a vida?

Faz tempo que não brota por aqui

"Me abraça, sinto seu perfume de mato"

O cabelo já tava branco, o bigode o mesmo de tantos anos… colecionava passarinhos e um bocado de histórias.

Sua esposa, tão graciosa, doce como doce de leite que fazia toda hora. Saudades eu tenho de chegar bem na hora que a tigela tava na mesa e os quadradinhos adocicados, feitos do leite tirado, eram servidos pros convidados.

E o amor pelos caninos, sempre tão grandões.

Tinha muitos passarinhos, era homi bom, do tipo que é tio que a gente faz ninho e avô que a gente faz abraço.

Saudades eu já tenho de lembrar mais uma vez, ao chegar na casinha de Minas… Não o verei outra vez. Saudade que mata no peito de quem nem lembra quando foi a última vez.

Mas na memória ei de carregar, as histórias que contava e o que já chegaram a me contar: Que desde pequenina era atrás dele que eu ia me largar, nos campos e nos matos, atrás das vacas e no meio da roça. Tempo bom que já foi pra lá.

— Um ele se foi quatro dias depois que um ela já tinha ido.