Arqui-inimiga.

Arqui-inimiga

Ela está bem aqui

Não pretende partir

Mas eu quero que vá.

Já mandei ela embora

Mas a sua insistência

Vem me incomodar

Quanto mais a desprezo

Mas ela se achega

E me faz murmurar

Não suporto os seus passos

Eu a sinto e disfarço

E tento me ausentar

Quanto mais a renego

Mas ela se aproxima

E eu me pego a chorar.

E já não tem mais jeito

Ela entrou em meu peito

Mesmo sem eu deixar.

A saudade venceu

De tanto que apertou

Aqui dentro doeu.

Saudade que dói

Saudade que odeio

Saudade que destrói

Meu coração inteiro.

Se eu não posso com ela

E nem ser sua amiga

Vou unir-me a ela

A minh'arqui-inimiga

Caminhar lado a lado

Até nela pôr fim

Quando perto estiver

De quem está longe de mim.

Homenagem a minha amada filha, Ana Biatriz.

Que se encontra longe de mim, longe dos meus abraços, mas que logo em breve, se Deus permitir, estará me ajudando a matar nossa Arqui-inimiga: A saudade.