Chacina de Jacarezinho

Dedico este texto a todas as mães que sepultaram os seus filhos assassinados covardemente pelo estado na comunidade de Jacarezinho no RJ, a festa dos disparos atingiram, antes de qualquer sentença da parte dos "justos e cidadãos de bens", a homens que foram bebês, foram bem criados, receberam carinhos e foram ninados por mulheres guerreiras, que suaram sangue, mas não desistiram da vida destes, eram filhos, eram pessoas, alguns trilharam a linha do horror, talvez as oportunidades foram cruéis, as portas não se abriram, os livros foram ingratos, a literatura não chegou a tempo, as poesias estavam mudas, o cenário assombroso os abocanharam.

Aguardando na fila a minha vez de pagar um boleto, homens a minha frente festejavam o número de mortos na drástica e dolorosa operação diabólica do sangue fervilhado, dói na alma perceber o alcance sem luz que o povo brasileiro quis pra si, onde foi esconder a nossa hospitalidade, o nosso modo viver, de acolher e compreender, um jeito horrível bolsonaro de ser e pensar que me deixa apavorado, que retorne com pressa o companheiro paz e amor.

Deus salve os pretos, os pobres, a favela comunidade: o alvo da polícia. Deus salve os sofredores e guerreiros que não se entregarão, que toque os sinos e tambores, que o nosso eco cresça e esteja munido de força e luz para iluminar escuridões existenciais nos seres de pensamentos ruins.

Minha prece sincera a sensibilidade humana para que se apresente e aconchegue nos corações frios, sem amor, ternura e doçura. Por uma revolução da delicadeza, devemos lutar, à findar com a conquista da vitória.

Dá licença, eu sou da turma dos Direitos Humanos!