Caminho do Trigo
Lá no interior...
Depois dos muros das casas
O pneu pisou forte em chão batido
Poeira a espalhar
( lembranças a pairar em minha mente)
Eu com minha avó como um xiru sorridente
De um passado não muito recente
Trago comigo essa recordação
Com os olhos sobre a janela, o pampa verde,
A plantação de Trigo para cevada faz contraste, enfeita a paisagem
Lápides e vasos com flores nos túmulos está em tangente: passado e presente!
A viagem para fora da cidade:
-Lembro-me da bolacha de leite, até
os dias de hoje, tem sabor!
Ali, na minha mocidade e da minha avó:
-Tenho muita saudade!
Porteira de madeira se abre, casa humilde, cachorro amarelo a latir
Da tia-avó de braços abertos a sorrir
Com seus dentes brancos
Do primo mais velho a mentir
Só para descontrair.
Frutas no pátio em abundância
Cercas de fio liso a demarcar à terra que separa do Açude com peixes
A linha branca na lata de azeite a desenrolar
Pronto para pescar com vara, anzol e isca: para tudo é preciso ter fé e Paciência nessa vida
A vivência passa em capítulos, de nó e embaraços
Afinal: -O vento minuano de fim de tarde assovia pra todos!
A noite é chegada:
O Lampião está a brilhar, ilumina
E na Bateria "de carro" bem guardada é ligada a tv para Novela das 8 (pm).
O guri que não via "desenho animado de dia"
Lá pra fora era tudo caro!
O tempo passa como um sopro
Ao apagar do fogo da vela
Lembranças do campo
Da chaleira de ferro
Para o mate ou café
A brasa ainda queima
No fogão a lenha
Nesta madrugada
História e risadas
Com essa lembrança que nunca será
Apagada
Com letras humildes fica aqui
Registrada este verso cantada
Da Querência Amada.