Caminho do Trigo

Lá no interior...

Depois dos muros das casas

O pneu pisou forte em chão batido

Poeira a espalhar

( lembranças a pairar em minha mente)

Eu com minha avó como um xiru sorridente

De um passado não muito recente

Trago comigo essa recordação

Com os olhos sobre a janela, o pampa verde,

A plantação de Trigo para cevada faz contraste, enfeita a paisagem

Lápides e vasos com flores nos túmulos está em tangente: passado e presente!

A viagem para fora da cidade:

-Lembro-me da bolacha de leite, até

os dias de hoje, tem sabor!

Ali, na minha mocidade e da minha avó:

-Tenho muita saudade!

Porteira de madeira se abre, casa humilde, cachorro amarelo a latir

Da tia-avó de braços abertos a sorrir

Com seus dentes brancos

Do primo mais velho a mentir

Só para descontrair.

Frutas no pátio em abundância

Cercas de fio liso a demarcar à terra que separa do Açude com peixes

A linha branca na lata de azeite a desenrolar

Pronto para pescar com vara, anzol e isca: para tudo é preciso ter fé e Paciência nessa vida

A vivência passa em capítulos, de nó e embaraços

Afinal: -O vento minuano de fim de tarde assovia pra todos!

A noite é chegada:

O Lampião está a brilhar, ilumina

E na Bateria "de carro" bem guardada é ligada a tv para Novela das 8 (pm).

O guri que não via "desenho animado de dia"

Lá pra fora era tudo caro!

O tempo passa como um sopro

Ao apagar do fogo da vela

Lembranças do campo

Da chaleira de ferro

Para o mate ou café

A brasa ainda queima

No fogão a lenha

Nesta madrugada

História e risadas

Com essa lembrança que nunca será

Apagada

Com letras humildes fica aqui

Registrada este verso cantada

Da Querência Amada.

Sérgio Assis
Enviado por Sérgio Assis em 03/06/2021
Reeditado em 03/06/2021
Código do texto: T7270698
Classificação de conteúdo: seguro