GRATIDÃO, JÔ SOARES

 

Gratidão pelas inúmeras oportunidades de conhecer, sorrir, admirar, ouvir o que as suas várias faces inteligentes, repletas de muita cultura, humor e senso crítico me faziam sorrir, refletir e repensar.

 

Eu ainda era estudante quando, na sala principal do Teatro Castro Alves (em Salvador), com o seu jeito peculiar de falar, aparentemente sem muita pretensão, você passou a descrever gentilmente uma parte do nosso corpo à qual pouco nos referíamos. Assim, "separou" ao meio às fileiras com os 1554 espectadores sentados (além de alguns na escadaria) e, regidos por esse mestre, uma lateral dizia ‘bun’ em seguida a outra falava ‘da’, repetindo até se formar um grande coral falando ‘bunda’ com o fundo musical de muitas gargalhadas.

 

Pode soar estranha esta lembrança (com toda a riqueza do seu legado), mas estávamos na década de 70 e esta brincadeira gerou uma descontração imensa, como se uma barreira fosse rompida. Sorrir à vontade era um grande presente para todos.

 

Foi uma introdução para o grande show que só Jô Soares conseguia fazer com elegância, classe, desfilando seus personagens e contando as suas ricas histórias que absorviam a nossa atenção prazerosamente.

 

Gratidão, Jô, por tudo que você nos ofereceu de bom, também como escritor, por tantos Programas de humor e de entrevistas que você fez e tive o prazer de assistir e ter um final de noite valioso... mesmo sem receber a sua desejada caneca.

 

Há uma reunião de amigos, seus companheiros e admiradores, à sua espera nesse novo e imenso mundo celestial no qual você irá viver. Segue em paz!

 

Dalva da Trindade S Oliveira

( Dalva Trindade)

05.08.2022