Quando Parte um Semeador de Luz

Quando parte um homem que plantava compaixão, o céu não silencia ele acolhe em canção.

Francisco, o Papa dos simples e dos últimos,

deixa na Terra um legado que não cabe em palavras, mas floresce nos gestos.

Não importa a veste, nem o trono, mas o quanto curou feridas com o olhar.

Sua voz era oração em forma de ato, um convite à paz mesmo em meio à guerra dos egos.

Ele, que andava descalço nos corações, soube negociar com a alma humana, com a moeda da empatia, o lucro da esperança.

Não morreu o homem, ascendeu o espírito,

que agora negocia luz nos mercados do infinito.

E que seu “simples jeito de ser” continue divulgando o que o mundo tem de mais nobre:

a humildade de ouvir, a coragem de acolher,

e a fé de que ainda podemos sorrir mesmo com os olhos molhados.

Pois, como disse algumas vezes, “a vida é empreender no invisível”, e Francisco empreendeu Amor com saldo eterno positivo.

Vai em paz, irmão de todas as causas, e que tua ausência seja presença no abraço entre os homens.

E que teu silêncio agora grite para que acordemos da indiferença.