DRUMMOND

Quantas palavras, Drummond,
Marcaram o meu coração
De tristeza e alegria,
E em todas uma lição...

Poeta, lá de Itabira,
Intimista, caladão,
Mas quando tangia a lira,
Explodia de emoção...

Um dia, ele se foi,
E a lira jaz nas estantes
Empoeiradas do tempo,
Em meio às nossas lembranças...

Mas, como nada se perde,
Do vate, "FICOU UM POUCO",(1)
Na magia dos seus versos,
Na singeleza dos meus,

Soltos, "NESTE AMANHECER
MAIS NOITE DO QUE ESTA NOITE", (2)
Em que o silêncio vagueia
E se espalha no ar...

"A ESSE INCESSANTE MORRER,
QUE NOS TEUS VERSOS ENCONTRO,(4)
O que é que eu posso dizer:
“É TUA VIDA, POETA!” (4)

Porque um poeta não morre,
Não morre, completamente...
E, da vida, "FICA UM POUCO", (1)
Nos livros e versos do ausente...
“MAS, COMO DÓI!”(3)

EMILIO CARLOS ALVES. (Homenagem ao 109º Aniversário do poeta -31/10/1902)

1) RESÍDUO (Rosa do Povo)
2) SENTIMENTO DO MUNDO (Sentimento do Mundo)
3) CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO ( Sentimento do Mundo)
4) ODE NO CINQÜENTENÁRIO DO POETA BRASILEIRO (Sentimento do Mundo).

“In” Carlos Drummond de Andrade – Obra Completa – Rio de Janeiro –Cia. José Aguilar Editora –1967.
EMILIO CARLOS ALVES
Enviado por EMILIO CARLOS ALVES em 28/01/2008
Reeditado em 31/10/2011
Código do texto: T836657