EFEITO COLATERAL DA FARINHA DE MANDIOCA

Taquipariu! Vai gostar de farinha assim na casa do Chico. Só conheço dois cafundoenses que não apreciam farinha de mandioca: um sou eu e o outro sou eu mesmo. As adversidades climáticas transformaram o cafundoense num retirante, faltou chuva o matuto corre pras bandas do sul. Um dos meus primos que me reservo a omitir o nome evitando contratempo familiar, resolveu ganhar a vida em Sampa. Na época a viagem era maior que a letra da música a triste partida. Para sobreviver na estrada ele preparou o farnel com farinha e rapadura, sem esquecer a cabaça d’água. Trepou-se no pau-de-arara enfiou o chapéu na cabeça passando a comer a poeira da estrada. Dias de viagem comendo farinha com rapadura, gororoba de difícil digestão. Acometido d’uma constipação intestinal passou a viagem enfezado. A aventura findou no bairro do Braz região central de São Paulo, descendo do transporte partiu a procura d’uma casinha no primeiro boteco pé sujo a sua frente, na tentativa de arriar a massa armazenada no trajeto. Sentado no bojo, se espremia, gemia, suava frio e nada do produto descer. Gritou por um companheiro seu: - Zé! Bate na minha cabeça ver se o negócio escorrega, estou totalmente entupido. Após meia dúzia de pancadas na cabeça consumou-se o parto fecal. A estória da merda petrificada correu nos canteiros de obras, rendendo-lhe o apelido de concreto, o homem ficava uma fera com a alcunha, mas peão de pedreiro é um bicho criativo, para não apelidar diretamente, a gozação começava assim: um gritava cimento, o outro emendava, areia os demais diziam brita, pedra. O primo avermelhado de ódio respondia: - mistura fedaputa que eu ti parto em dois com esta picareta.