RADIOGRAFIA DO "ZÉ MANÉ"

O Zé Mané é aquele personagem, que os cronistas profissionais indicam, quando se utilizam dos termos: “povão”, “galera”, “patuléia”, “choldra”, “plebe”, nos quais o Zé Mané está sempre incluído. Todavia, no sentido mais amplo, TODOS nós estamos identificados com a figura do Zé Mané. O Sistema não deixa ninguém do lado de fora, e de uma ou de outra forma, somos obrigados a assumir o personagem Zé Mané. Assim, o Zé Mané é definido também, como o tolo, que compra um produto que não seja daquela fábrica de geladeiras. Além disso, ele é preguiçoso por natureza, tendo, inclusive, a preguiça de ler, mesmo porque, em Países deficientes, de modo geral, às duras penas, o Zé Mané completa, apenas parcialmente, o ensino básico. Com isto, o Zé Mané aprende o suficiente para adquirir o seu título de Eleitor, e a escrever, ainda que com dificuldade, o seu nome, na relação que o Mesário lhe apresenta no dia das eleições. O Sistema está na política, na economia, na justiça e por toda parte, no âmbito da racionalidade objetiva, e, nas denominações teológicas e instituições congêneres, (todas e de todo o Planeta) na esfera da racionalidade subjetiva.

Como uma, entre tantas características mais profundas da personalidade do Zé Mané, está a preguiça, que ele exerce em quase todas as atividades compulsórias, que o convívio social lhe impõe. Não vamos falar de todos os tipos de preguiças, seria exaustivo; falemos da preguiça de ler jornais, livros, de ler textos mais longos, (estudar o conteúdo dos livros ou textos, nem pensar), imagine então, colocar em prática todos os conhecimentos (eventualmente) acumulados na vida! Mesmo os mais simples e elementares, como jogar o lixo (até o papel de bala ou tocos (apagados) de cigarros) na lixeira! Seja como for, os preguiçosos, negligentes e tolos, que estão simbolizados no Zé Mané, ficam totalmente expostos à “prosopopeia flácida para acalentar bovinos” ou conversa mole pra boi (ou ovelha) dormir, oriundas dos políticos, dos “vigários” e “pastores” das ingênuas ovelhas, dos sedutores vigaristas e estelionatários, das propagandas enganosas dos negociantes desonestos, (aqueles das Organizações Tabajara do Casseta e Planeta), das “conversas fiadas”, como por exemplo, “todos são iguais perante a lei”, dos filmes e novelas, que se tornaram escolas sobre violência e prostituição, do circo do futebol e do carnaval, e ainda do conto do bilhete premiado e da promessa de casamento (feita antes), por incrível que possa parecer, em função da velhice desses engôdos!

Como podemos perceber, considerando todo o contexto, há um grande interesse em não só manter o Zé Mané nessa condição, como ampliar a sua descendência ao máximo possível, por parte daqueles cujas estruturas, estão alicerçadas em milhões de “Zé(s) Mané(s)”, que consomem avidamente as idéias e os produtos manufaturados pelas “Organizações Tabajara” do Casseta, ou seja, o Sistema.

Devido ao sobrenome, esclareço, com veemência, que não sou parente dele, que mesmo sendo semi-alfabetizado, é “alta Patente” no Sistema Tupiniquim. Toda regra tem exceção, pois a própria regra geral, sendo a maioria, pode determinar a exceção... Sacou Mano? (+ Zé Mané -Zé Mané = + Zé Mané)... E o nosso Brasil que se fo rme com essa bizarra e exótica equação! Porventura, encontrando um aparente -Zé Mané, culto, inteligente e educado, elogiando generosamente o Sistema, cuide-se, trata-se de um falso -Zé Mané, que certamente, de uma ou outra forma, faz parte e se alimenta direta ou indiretamente do Sistema, ou na melhor das hipóteses, é um -Zé Mané em estado de catatonia profunda, com grave disfunção cerebral, e que acredita cegamente na “FIF- Falida Ideologia do Fracasso”, uma moléstia contagiosa que infesta Cuba e Coréia do Norte, da qual a China quase já se curou, colocando o Japão para trás na economia, e já está ameaçando a hegemonia dos EUA! É a cultura milenar de uma Nação, que esperou pacientemente, a hora certa de dar o “pulo do gato”! Enquanto isso, nós, os -Zé(s) Mané(s) mais velhos, vamos curtindo o carnaval:

Maria Candelária, é alta funcionária, saltou de pára quedas, caiu na letra Óooo, começa ao meio dia, coitada da Maria, trabalha, trabalha de fazer dóooo, a uma vai ao dentista, às duas vai ao café, às três vai ao modista, às quatro assina o ponto e dá no pé, que grande vigarista que ela é...

Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão, se gritar pega ladrão, não fica um...

Trata-se de duas homenagens aos habitantes da Ilha da Fantasia, o Olimpo, localizado em Brasília, onde está Hera (que já era) e onde esteve Prometeu que se locupletou, não cumpriu, mas meteu... a mão. E assim, aqui nos recônditos do submundo tupiniquim, onde o céu é mais azul, os bosques têm mais flores, e o sabiá não canta mais, pois cortaram as Palmeiras, e mesmo o Corinthians, o São Paulo e a seleção brasileira, também estão acabados, o remanescente dos catatônicos, contagiados pela FIF (que infelizmente não foram banidos na devida ocasião), na contramão do óbvio ululante, em estado de aguda catáfora, conduzem o gigante acéfalo, e os +Zé Mané(s) e os -Zé Mané(s) para as profundezas do caos! Afinal, como o Sistema é muito (mas MUITO mesmo) mais forte do que nós todos juntos, resta-nos envidar todos os nossos esforços, não para deixarmos de ser Zé Mané, (seria inútil) mas para sermos o menos Zé Mané possível, e para que não pairem dúvidas, assino o texto, sem pestanejar, com toda a convicção, esforçando-me para ser esse mais possível... - Zé Mané DA SILVA. (Je sui –Zé Mané da Silvà)