A MANGUEIRA NA TERRA DO MEU PADIM

Você sabe mais do que ninguém, meu Padim Pade Ciço não morreu, ele viajou, mas antes da viagem e, na qualidade de vigário do Juazeiro do Norte e terceiro vice-governador do Ceará, no uso da autoridade constituída determinou que certo ano não houvesse festejos mominos na Meca Cearense, somente romaria, de sexta feira a quarta feira da semana seguinte, ou seja, carnaval neca de pitibiriba. Seria um período de penitencia vigília, adoração e muita procissão. As beatas, as carolas, o sacristão, os coroinhas, os diáconos, os ministros, os irmãos do santíssimo, os vicentinos e demais congregações religiosas foram intimadas para os seis de romaria. O cortejo subia e descia as ruas da cidade, enquanto os devotos entoavam suas ladainhas “Bendito louvado seja a luz...” Terça feira à tarde o povo já fatigado de tanto sacrifício e oração, cruzava o riacho salgadinho com destino a colina do Horto, antes do córrego havia uma frondosa fruteira, um fiel percebeu que o andor tocaria nos galho da árvore e derrubaria a imagem. Foi um grito sem precedência: - Olha Mangueira ai Geeeeente!! Seu menino, eu não te conto o tamanho do burburinho, Beta rodava a saia, carola desvestia do véu, sacristão perdeu o crucifixo, outros jogaram fora o rosário e, a Banda Cabaçal a Furiosa de Várzea Alegre que animava o cortejo mudou o ritmo em cima da bucha e todos caíram no samba. Tem capoeira, na Bahia, na Mangueira, Tem capoeira, na Bahia, na Mangueira, Quem mandou você subir, capoeira, Cuidado senão você pode cair, capoeira!!!!!!!!!!!!!!!!!!!