FESTEJANDO SANTO ANTONIO

Enganam-se os que pensam que Santo Antonio é a única santidade a quem se confere o título de 'santo alcoviteiro'. Ele tem um concorrente de peso. O santo violeiro, São Gonçalo seu patrício português também é casamenteiro. Ele é encarregado das causas mais difíceis, atende somente as suplicas das balzaquianas, aquelas meninas com mais de trinta anos que a igreja não lhe abriu as portas para o sacramento do matrimônio. Já Santo Antonio, ao contrário é cobiçado pelas moçoilas casamenteiras de até 29 anos. Estas são mais atiradas carregam a imagem do santo no califon e rezam pedindo um namorado, um marido ou um namorido.

Junho é o mês do quentão, do forró e das fogueiras, é festa pro mês inteiro, Barbalha que o diga, lá referencia o seu padroeiro Santo Antonio com muita alegria e devoção, tem o carregamento e levantamento do pau do santo, um tronco com tantos metros que fica difícil de mensurar a altura e o peso, é ai que o bicho pega: as lobas a procura de presa pra fisgar se agarram com o mastro, outras se escancham na madeira e assim segue a romaria. À noite na quermesse as barracas de comidas típicas vendem de tudo: licor, chá, suco tudo com o preparo e sabor do pó da raspa do pau do santo, não tem contra indicação, provou é tiro e queda, na próxima festa estará embuchada.

Uma donzela bela e recatada à procura de um homem para o lar, afastou-se do centro da festa, aproximou-se a uma fogueira, dobrou os joelhos, curvando-se o corpo ao fogo para fazer uma simpatia. De posse dum copo d’água, uma aliança de ouro evocou não sei que santo (Antonio ou Gonçalo) suplicando um casamento. Meu irmão não sei que prece essa moça fez. Sei que o efeito foi colateral: Um pé masculino descalço e de tamanho extra grande posou no centro das brasas e uma voz ecoou: Não tem sapato pra este pé e nem marido pra esta mulher.