O CANDIDATO SÓ TINHA UM OVO

Existe algo que me deixa puto da vida. Fico com a cachorra da moléstia ou com a moléstia das cachorras quando me deparo com um sujeito da boca cheia de língua, subir ao púlpito e dizer: - Faço das palavras do nobre..., as minhas palavras, ou; o que tinha a dizer o meu... já disse. Porra meu, se não tem o que falar, fica calado e sentado, passa despercebido, deixa o mestre de cerimônia dá continuidade aos trabalhos e, não atrapalha mais do que devia. Uma noite dessas passeava na praça central cafundoense e, por força da presença percebi um candidato ao próximo pleito, em cima de um tamborete proferindo a maior falácia para meia dúzia de ouvintes, tendo em vista que, não sei se eram eleitores: - Minhas amigas, meus amigos, os meus opositores falam que sou rico, que nasci em berço de ouro. Que tamanha mentira, se lá em casa nem rede tinha como posso ter nascido em berço de ouro? Muitas vezes meu pai vendeu o almoço pra comprar a janta, outros dias nem isso tinham pra vender. Por falta de recursos e apoio do partido, gasto a sola dos meus quinapes no corpo a corpo, visitando os amigos. Saí cedo, muito cedo de casa fiz apenas uma boquinha e, pra seu governo a estas horas da noite to somente com um ovo. Um presente levantou e comprometeu-se: - Candidato o senhor tem meu voto, por toda minha vida apoiei os deficientes.