COISIM DO INTERIOR - 'Cove-frô'

Cumpadi Neco, erum ômi muierengo, num pudia vê um rabidisaia que se aprumava todinho, ficava num arrudeio até falá uas bobage, pru árvaro da sua mira. Era mei atrapaiado, era um tonto que se achava um galão de cinema, dizia  pras moça que ele era parenti do atorrr Fábio Sunção, as meninas riam dele e falavam a boca pequena, que ele era sim parenti do Fábio Sombração e riam ainda mais. Neco era mei gasto, mi véio, mas, gostava de aparecer. Núa tarde morrrna  foi pra praça cuma cove-frô amarrada cum lindo laço de fita vemêia, uma frumusura de laço, mas, cove-frô, essa  ninguém intendeu nadinha. Foi se achegando pros lado de Toinha Branca todo meloso, foi ofertá a frô pra ela, mas, que gosto istranho, a reação dela foi feroz, deu cum a cove-frô por ele tudinho, foi pedacinho de cove e de frô pra tudo que é lugar e um bufete bem dado, deixou sua buchecha cor de tumati madurim. Pobre cumpadi Neco, vai ficar um bom tempo sem querê vê nem cove, nem frô, ai, ai...
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 09/02/2017
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