Poeta/Filósofo de Whats:

"Feliz natal e próspero ano novo. Que o Menino Jesus, filho de nosso Pai todo poderoso, proteja-lhe, sempre."

Querida meu amor, estou sem a mínima inspiração para escrever algo mais elaborado, (como tem sido as poesias postadas no RL. Rapidamente: venci o último Concurso de Poesias organizado pelos editores) por isto, envio-lhe a mensagem singela recebida por mim; e lida por mais de 7 bilhões de pessoas. Virou corrente, dessas de auto ajuda que encontramos jogadas nas ruas. Aproveito o ensejo, para lhe desejar feliz aniversário, a realizar-se no dia 25, dia de natal. Continue seguindo-me no Face, Whats, Instragan, Twiter e demais meios de comunicação.

Após o envio da mensagem, exclamei rangendo os dentes: santo Whats, salva e possibilita-me poetar o mundo e não menos, tira-me de cada enrascada. Hoje está difícil, já fiz de tudo, proclamei meu amor por você com o megafone ru´afora; visitei o médico da próstata (aliás está tudo ok); chupei as duas melancias que estavam na geladeira; consultei os mortos no cemitério, cantei no banheiro, rezei parte da novena, coloquei ração para os cães e gatos; refleti se realmente são os políticos ou os brasileiros que são corruptos; li três livros de auto ajuda, cavuquei a terra procurando minhocas para pescar. Comprei o macaco, o triângulo e a chave de roda de seu carro; repassei todos os jogos do Corinthians campeão, arranquei dois dentes; assisti mais de 10 filmes pornôs, fiz um churrasquinho em cima da laje, perguntei para minha consciência o que significa as palavras esquemas, jeitinhos e influências que tanto falam; calcei as pantufas para aquecer os pés como me pediu, espremi de todos os lados as laranjas sem caldo; elogiei o Presidente e toda sua corja de larápios; enchi a piscina inflável de água.

Crucifiquei o Lula, assisti todas novelas que passam em todos os canais, reprisei vários programas do Datena; proseei com os vizinhos, tomei a cinco garrafadas de marafo recomendadas pelo Preto Veio no centro de macumba; assisti a missa do Padre Marcelo, acenei em seu nome para suas amigas Lindolfa, Mirinda, Clotilde, Rochedale e Minervina; estive no zoológico dando pipocas para os macacos; coloquei feijão de molho para cozinhar para o jantar; reverenciei o juiz/doutor Sérgio Moro, troquei o óleo do fusca, caminhei pelo parque; comi cuscuz com queijo/coalho e manteiga de garrafa no café da manhã, troquei 15 vezes a fralda do nosso Gildinho; ouvi os pios dos pássaros, abri a janela e contemplei a aragem; tomei banho com sal grosso debaixo da cachoeira, olhei os álbuns de fotos de família; mas a inspiração para escrever não marcou presença. Não pintou por aqui. É quase meia-noite e nada. Está atrasada. Estou com a mente seca de palavras, rimas e versos. Nada flui; nem um pingo de orvalho para cristalizar minha imaginação. Nem sei como consegui escrever essa bestialidade para postar na categoria Humor do RL...

Porém querida, contrário da maioria das mulheres mal amadas desse nosso Brasil varonil, como dizia Zé Bonitinho, humorista que tanto assistimos lado a lado no Programa "A praça é nossa": "Te amo intensamente; beijos meu amor! Ainda escreverei algo magnético, sensual, poetizado, minimalista, filosófico, lírico para quem eu mais amo na Terra. Quem é? Diga-me, diga-me!" Finalizei a mensagem enviada pelo Whats.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 07/12/2017
Reeditado em 07/12/2017
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