Palavrões impublicáveis

Oitenta e dois anos! Era calmo, comedido, atencioso. Ele ainda se vangloriava de dirigir seu modesto carrinho.

Palavrão? Só se fosse caga n’água, leco-leco, lunga-lunga ou outro da mesma família.

Era assim o seu xingamento, dito num desabafo mais cômico

que irritadiço, querendo fazer graça para os netos, mesmo quando levava uma fechada na sua Brasília amarela: Safado! Caga-n’água! Leco-leco! Certamente, tais neologismos substituíam palavrões impublicáveis...