O HOMEM SEM CABEÇA 2° CAPITULO

Depois de todo mundo rir de mim, o clima ficou sério novamente, afinal tínhamos um grande problema bem na nossa frente: Um homem sem camisa e sem cabeça.

Já sabíamos quem ele era pois a viúva reconheceu o corpo, e ela devia conhecer bem mesmo pra identificar daquele jeito. Agora tínhamos que saber quem fez aquilo com ele, por que fizeram isso com ele e onde estava a cabeça dele.

Minha pergunta idiota por incrível que pareça, fez surgir uma breve amizade entre eu e a viúva. Uma amizade de 3 minutos, mas que foi suficiente para ela me contar algo importantíssimo para as investigações. Ela me falou que o marido dela tinha sido visto entrando no mato com um casal de primos para usarem drogas e depois disso não tinha sido mais visto até ser encontrado morto.

Quando o policial perguntou pra ela o que tinha acontecido, ela esqueceu tudinho que tinha me contado e disse pro policial:

- Não sei, quando cheguei ele já estava assim.

Eu só pensei: Claro que tava né!

O IML veio recolher o corpo e nessa hora já tinha uma multidão querendo ver o cara. O povo reclama mas vou te contar, não pode ter um morto em local público que a turma já se junta pra ver quem é.

Isso me lembra aquela história do cara que chegou num acidente e morrendo de curiosidade pra ver quem era, foi abrindo caminho no meio da multidão dizendo que o acidentado era um parente dele. Quando finalmente chegou no local, viu que o acidentado era um burro kkkkk.

Voltando à cena do crime, ela era a seguinte: uma multidão empoleirada na cerca que a polícia fez pra ninguém entrar, e mais uns 20 no local do assassinato. Uns estavam em estado de choque por ver um corpo sem cabeça, outros ligando pros amigos pra contar o que tratavam vendo e uns 10 andando no meio do mato procurando a cabeça do dito cujo.

Parecia quando a gente jogava taco na rua de casa e a bolinha era perdida, ficava todo mundo chutando arbustos, procurando até onde nem dava pra esconder, parecendo uns zumbis.

Depois de umas 3 horas de buscas, já estava virando uma gincana de escola, tínhamos equipes separadas para encontrar a cabeça.

Os times eram:

1° Policiais militares (Os caras da força)

2° Policiais civis (Os caras da investigação)

3° Bombeiros (Os caras do salvamento, mas já não adiantava muito)

4° Turma do bar da frente (Bebalhada que não obedeceu a ordem de não entrar e tentava encontrar a cabeça do amigo)

5° Pessoal da imprensa (Queria uma imagem da cebeça)

Já tinha virado uma competição, encontrar a cabeça virou uma questão de honra, mas mesmo com todo o esforço ninguém achou. Levaram o corpo assim mesmo e as investigações começaram.

No mesmo dia fomos para a delegacia conversar com o delegado que investigava o crime, contei pra ele o que tinha ouvido da viúva no local do crime, o entrevistei sobre o caso e fui embora.

Durante uma semana em todas as rodas de amigos, clubes de mães, encontros irmãos, até no motel quando amantes saiam, simplesmente em todos os lugares a pergunta era uma só: Onde está a cabeça do rapaz?

Allen Silva
Enviado por Allen Silva em 18/04/2018
Reeditado em 18/04/2018
Código do texto: T6312523
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