A Universidade, a política e o meu bumbum

No dia primeiro de abril – dia do mentiroso – fui chamado ao Campus da Universidade Federal de Pernambuco para participar de uma palestra matinal.

Naquele auditório, repleto de alunos e professores, comecei a palestra perguntando à plateia, como introdução, se a mesma tinha ideia de quantos anos consegui manter meu bumbum sentado ali como aluno, naqueles tempos difíceis da década de setenta.

Na verdade, para eu chegar àquela Universidade, tive que fazer meu Ensino Médio em dois dias e às escondidas – supletivo – por ainda ser proibido Praças de a Força Armada estudar. No mesmo ano fiz vestibular e ingressei naquela Universidade.

Quando o Comando da minha Unidade descobriu, começou a minha odisseia...

Outra pergunta que fiz: Vocês sabem qual o bumbum que substituiu o meu bumbum, aqui, depois de mim?

Na entanto só consegui passar dois aninhos naquela saudosa Instituição. Adoeci sob perseguição e prisão.

Anos depois a minha filha resolveu colocar ali o seu bumbum para terminar o curso que o pai não pôde concluir.

A terceira pergunta: Vocês sabem quem está com o bumbum sentado, hoje, aí, no meio de vocês e representando a minha família?

Meu neto!

E assim, de bumbum em bumbum, não nos deixemos abater por qualquer um.