Soneto para uma aranha

Eu vi na minha parede uma teia de aranha

E achei aquilo tudo uma coisa muito estranha

Mas paguei pra ver o que ela queria

Porque insetos aqui dentro há tempos não havia

Ela ficou ali paradinha só esperando a presa

E eu fiquei aqui embaixo, protegendo a minha mesa

Achei que ela iria emagrecer e me deu pena

Porque, igual a mim, até os insetos estão de quarentena

Passaram-se muitos dias e nada dela se mover

Achei que finalmente, de cansada, ela decidiu morrer

E aproximei-me então para limpar a teia junto com o seu ser

Ela de tanto esperar por insetos imprudentes

Morreu por falta de alimentos, morreu lentamente

Logo mais uma outra virá e cometerá o mesmo erro, novamente

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 21/06/2020
Reeditado em 22/08/2022
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