Soneto para uma aranha
Eu vi na minha parede uma teia de aranha
E achei aquilo tudo uma coisa muito estranha
Mas paguei pra ver o que ela queria
Porque insetos aqui dentro há tempos não havia
Ela ficou ali paradinha só esperando a presa
E eu fiquei aqui embaixo, protegendo a minha mesa
Achei que ela iria emagrecer e me deu pena
Porque, igual a mim, até os insetos estão de quarentena
Passaram-se muitos dias e nada dela se mover
Achei que finalmente, de cansada, ela decidiu morrer
E aproximei-me então para limpar a teia junto com o seu ser
Ela de tanto esperar por insetos imprudentes
Morreu por falta de alimentos, morreu lentamente
Logo mais uma outra virá e cometerá o mesmo erro, novamente