Desabafo de uma gordinha parte II

Pessoas gordinhas como eu, temos corpo robusto, fartos, com seios grandes, passei por uma situação difícil, graças a esse detalhe, ainda na adolescência levei uma surra, a maior da minha vida, e foram eles que me deram, foi assim. Certa vez fui a cidade vizinha com minha mãe, a uma feira livre, pois ela era revendedora de cosméticos, foi ver como poderia fazer para ter um espaço na feira, para realizar suas vendas, pois bem, reencontramos amigos, conhecidos dessa cidade, minha mãe fala pelos cotovelos, conversa vai e vem, não percebeu o adiantar da hora, os carros que faziam o transporte de passageiros entre nossa cidade Salgado e Mogeiro, onde nos encontrávamos no momento, já tinham ido embora, já era por volta das 14:00hrs, a feira acabou, mainha ficou aperreada, ficamos na beira da pista num calor de 45 graus, o sol queimando, com sede, esperando algum transporte, que pudéssemos ir para nossa cidade, foi quando ao longe , avistamos um trator, aproximando-se ela viu que era seu amigo, tinha ido levar um carroção de areia, para uma construção, aproximando-se de nós ele nos cumprimentou e perguntou se estávamos perdidas, mainha explicou o acontecido, ele nos ofereceu carona em cima do carroção do trator, sem outra opção aceitamos, subimos, enquanto estava no asfalto da pista, foi tudo bem, mas quando pegou a estrada de terra esburacada, 18Km a dentro, precisava segurar firme na grade alta da carroceria, não conseguia segurar os seios, eles pulavam, como pulavam! Batia na face e na barriga , fui sendo espancada até minha cidade, sopapos, os bichos soltos, porque a alça do sutiã arrebentou, não segurou a onda de sopapos, seio na barriga, seio na cara, tentava segurar com uma mão no trator e a outra nos seios, mas desequilibrava e poderia cair, até morrer, assim, fui apanhando até o rio que cortava minha cidade, quando o trator parou para recarregar de areia, estava zonza de tanto apanhar , fui descer do carroção, cai feito jaca madura, de costas na areia, fiquei estatalada no chão, coberta de terra, me ajudaram a levantar, depois desse dia jurei nunca mais passar nem perto de um trator, não é nada fácil ser eu.

Coração poético
Enviado por Coração poético em 26/05/2021
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