O pano e orca extra

- Vicentina, corre aqui depressa

- Venha ver quem está na porta de entrada

- É a Fernanda, aquela peça

- Que quer aprender a fazer carne assada

- Ela vem disposta ao que der e vier

- Não quer nem saber se a coisa tem jeito

- Uma boa carne assada é o que ela quer

- Seja de acém, de pá, ou de peito

Foi assim que tia Déa falou

Quando elas partiram pro açougue

Vicentina nem o avental tirou

Não deu tempo. Fernanda é mesmo um azougue

- Seu Francisco, quero carne para assar

- A melhor que houver, artigo de primeira

- Na cozinha vou botar pra quebrar

- Chega de tanta pasmaceira

Foi o que disse Fernanda, toda empolgada

Vicentina, incrédula, a tudo assistia

O assunto era só carne assada

De tarde, de noite e de dia

Forno aceso, carne assando

Fernanda no corpo com o diabo

O pessoal todo esperando

O tal assado, com quiabo

Surpresa geral, a carne não pôde ser retirada

A cozinheira esqueceu o pano e quase a memória

Virou um tremendo tição a carne assada

Que era de baleia, daí o título da estória