Xícara de Fogo - Capítulo 4 - Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!!

Previously On Xícara de Fogo - Depois da confusão para decidir quem iria com quem para o tão esperado dia de Ação de Graças e do conturbado embarque, estavam todas a caminho do quartel general das velhotas agora era só curtir o campo e desfrutar de tudo que a natureza pode oferecer...

Enquanto Virgínia esperava debaixo da árvore de carambolas comendo todos os frutos, as caravanas começavam a chegar, e de longe já se via o bombomóvel que mesmo sujo de lama parecia estar novinho, já que a cor da lama e do carro era praticamente a mesma. Quando tudo parecia ter sucedido bem, começa a dor de cabeça, como havia chovido bastante, logo de cara a Fiorino fez o grande favor de atolar, e como dentre todas as velhotas, era impossível dizer qual era a mais preguiçosa, todas ficaram dentro do carro esperando o carro de Vera chegar para que assim pudessem sair do lugar, no entanto, o carro de Vera parecia estar bastante longe pois demorava a chegar, daí então as velhas começaram a tomar uma iniciativa e decidiram em conjunto desatolar o carro, todas se posicionaram atrás do veículo e começaram a dar tudo de si (principalmente Wal que sempre dava tudo de si), com um pé no pedal, Maria tossia e espirrava constantemente com a fumaça que saia do motor de seu carro, parecia que nada iria desatolar o calhambeque, até que então Bijout, se lembrando dos ensinamentos de Édna resolve então fazer uma esteira com gravetos espalhados pelo lamaçal, a idéia parecia ótima, não fosse a burrice de Bijout ficar próxima a roda do carro, porque quando o pneu do carro parecia dar sinal de resistência, um jato de lama certeiro lambuzou a cara de nossa pobre Bijout derrubando-a no chão, e que com gritos de “estou afogando, estou afogando” se debatia no chão parecendo um peixe fora do aquário.

Felizmente o esforço de Bijout não foi em vão, pois apesar de ter se tornado um barro humano o carro pode finalmente sair da lama, graças as suas pernas que durante a sua queda ficaram debaixo dos pneus do carro fazendo assim com que o bombomóvel desatolasse e pudesse enfim encerrar sua viagem na porta da sede possibilitando uma fácil descarga de todas as bagagens das velhinhas... E você deve estar se perguntando: “E Virgínia? O que ela fez?” -- Quer saber mesmo? A filha da mãe continuou sentada degustando as maravilhosas carambolas sem agrotóxicos...

Depois de muito tempo, não se sabe ao certo o porquê (só se sabe que um bando de peões apareceram no meio do caminho), o carro de Vera finalmente chega, elegante, exuberante, magnífico, magnânimo e atolado, não adianta, nem toda exuberância do mundo era capaz de enfrentar o temido atoladouro logo na entrada do recinto, e da-lhe esforço novamente para tirar o carro do lugar, mas dessa vez, quem tomou a jatada de lama na fuça foi Wal, que num ato de reflexo lambeu toda a lama imaginando ser outra coisa (credo, essa é mais porca que a esposa do porco) e em seguida ficou olhando espantada para todos com quem diz “Que que foi? Nunca lambeu barro naõ?”, obviamente que todas pensaram em responder que não né...

Usando a mesma técnica, Édna fez uma esteira para fazer o carro desatolar, e sem muito esforço tirou o carro do lugar e aproveitou para dar uma lição de como sobreviver em áreas de completo alagamento...

Com as queridas idosas desatoladas, já estava na hora de botar as coisas pra dentro (sem duplos sentidos Walkíria, por favor.) pois ainda chovia e as coisas não poderiam molhar... (percebeu que agente quase nunca fala do waw-waw, é que nessa hora ele tava parado observando todo mundo trabalhar e não fez nada, a não ser dar uns palpites legais como: “carrega isso”, “põe isso ali”, “eu to cansado demais”, “abaixa esse som”...)...

A velharada estava puro barro, e em poucos minutos a casa também ficou imunda, daí Maria deu a maravilhosa idéia de lavar a casa, pois já estava toda empolada com o barro que encostara em suas pernas, baldes de água pra lá, sabão em pó pra cá (e waw-waw deitado na cama, eita gato manso!) em algumas horas a casa já estava um brinco, mas mesmo depois de pronta Maria continuou com sua mania de limpeza pois temia pegar um infecção generalizada dentro daquele ambiente, não que nossas velhas pudessem transmitir tal patologia (tirando Dóroth é Claro), mas pra Maria, qualquer doença era possível...

A comida estava à disposição (e Walkíria era o prato principal), porém nada vem de graça, e tudo teria que ser colhido, mas quando disseram que o prato da noite seria mandioca, instantaneamente Wal se precipitou em apanhá-las, justificando ser especialista nisso, é claro que ninguém discordou, mas no entanto, não permitiram que ela apanhasse as mandiocas tendo em vista que ela sozinho no mato cercado de mandiocas do tamanho de uma tromba de elefante não poderia dar em boa coisa, mas como ninguém fica de braços cruzados nessa casa, sobrou para ela a função de esfregar a mandioca, o que acabou sendo até bem mais excitante pra ela (que agradecia com risinhos despistados)...

Já que Wal não pegaria as mandiocas, Edna se prontificou a fazer, arrancando um facão bem do meio das suas tetas gigantes e indo para o mato pegar as exuberantes mandiocas.

Enquanto Maria se preocupava em expulsar todos os seres invasores, Edna arrancava a comida da terra e Wal ia esfregando e tirando toda a terra da mandioca, ta, mas e o resto? Bem, o resto ficava olhando e fazendo comentários maliciosos a respeito da perspicácia que Wal tinha pra mexer com coisas semi-cilíndricas, menos Virginia que não tinha tempo pra falar mal de ninguém já que estava sempre com sua boca ocupada (não que Dóroth não mantivesse a boca ocupada também), comendo as bananas de um pé que tinha acabado de derrubar...

De repente se ouve murmúrios de Wal na beira da pia, se queixando da falta de água, no mesmo momento Vera se lembra da bomba d´água que fornecia água para toda a casa, Vera então desce até o açude onde se situava a bomba e começa a verificar as avarias causados pelo mal estado de conservação do equipamento, com muito esforço tudo é resolvido, após alguns naufrágios de Vera dentro do açude...

Enfim chega a hora que Vírginia mais gosta, a hora da comida, e sobra para Amélia a função de ficar ouvindo as amolações da velha gorda perguntando a cada dez segundos se a comida já estava pronta, para não ter que aturar ela puxa uma canção acompanhada pelo coro que jogava truco na mesa logo ao lado “Eu cantava truco Zé!!” e todos os viciados da mesa gritavam “e o Zé ribava seis”, e num quase coral da Emmel todas finalizavam a canção “Era mentira ela não tinha nadam, daí eu trucava e perdia seis...” assim foi até o anoitecer, com muito jogo e muita cantoria, já que a vitrola finalmente pode começar a rolar, digo finalmente pois graças a um incidente quase que nossas velhinhas ficam sem som durante o feriado mais esperado do ano, tudo porque nossa querida Edna confundiu o cabo de força com uma cinta de guerra e o amarrou na cintura, se Danúbia não tivesse notado o ocorrido a data passaria mortalmente sem graça, já que sem som ninguém ia agüentar a cantoria desenfreada de Amélia...

Quando a festa parecia caminhar para um completo desanimo, Danúbia toma as rédias (sim ela mesma, acho que já estava na hora dessa velha fazer alguma coisa legal) e começa a servir aquele maravilhoso chá preto em suas lindas xícaras compradas com o carnê de mercadorias do baú (ehhhh Sílvio), acho que depois de se embriagar com o chá Danúbia encarnou um vencedor e acabou limpando a mesa em quase todos os jogos que participou, tendo perdido apenas a partida mais importante de Ludo (8 horas de jogo) que ficou nas mãos de Dóroth (também pudera, tantos anos beirando as mesas de jogos em seu puteiro, experiência é que não falta...).

E assim foi durante toda a noite, bebendo, comendo e jogando (tanto jogando os jogos como também a conversa fora né) e o dia começou a raiar e todas perceberam que já era a hora de se entregar ao sono profundo (e que profundo suspirava Wal), já estava claro, e foi justamente com o sol de pé que elas foram dormir depois de uma tremenda festa (regrada a quilos e mais quilos de rabanada e mandioca)... ... ...

OBS: Os relatos do fim de noite não puderam ser contados pois foi impossível permanecer no recinto devido ao mal cheiro gerado pelas comidas em excesso que provocaram flatulências venenosas(das quais waw-waw cheirou todas com prazer), obrigando assim a produção do Xícara de Fogo a se ausentar deste momento.

O Xícara de Fogo pede desculpas por não dar cobertura total ao evento, mas prometemos voltar na próxima semana com a continuação dessa aventura incrível, até a próxima e não deixem de comentar!!!

Vifrett
Enviado por Vifrett em 04/03/2008
Reeditado em 04/03/2008
Código do texto: T886419