“EU, O BARQUINHO E O MAR”.
              
 
 
Pedras brancas, verdes mares,
era perfeito o cenário,
o som de um bandolim
dava vida ao poema...
Até hoje lembro a cena,
a paisagem em meio tom
nuvens envolviam o céu;
o mar tomava volume
parecia ter ciúme
do barquinho de papel;
batia forte na areia
cada vez ia mais longe,
trazia conchas brilhantes
como a me presentear...
Eu brincava com as conchinhas
velejava o meu barquinho,
puxava a pipa na linha
ele me expulsava de lá...
eu ficava desolado
vendo o mar enciumado
ia voltando devagar;
usando as pontas dos dedos
desenhei um arvoredo
e fiz uma poesia,
mas enquanto eu escrevia
versos exaltando o mar...
Senti as ondas mais mansas
e na inocência de criança
comecei a recitar.
Parece até que ele ouvia
os versos da poesia
e de uma vez pôs-se a acalmar.



Autor: Antonio Hugo.