Dona Enciclopédia e o Senhor Dicionário se casaram e saíram pelo mundo em lua de mel.
Conheceram países, aprenderam línguas e depois de muito viajar voltaram para casa passando a viver então na cidade das Letras, no casarão que abriga a Biblioteca Pública.
Como eram muito conhecidos, viviam recebendo visitas e algumas vezes até passavam uns dias fora, na casa dos amigos dos livros. Mas logo voltavam para casa, pois adoram conversar com os visinhos, outros livros da biblioteca.
Gostam tanto de falar, contar histórias que são conhecidos como os mais tagarelas.
Vivem contando coisas do mundo todo sem falar no Sr. Dicionário que sabe o significado de tudo. Pra tudo ele tem uma explicação.
Certo dia, Dona Enciclopédia ouviu vozes que vinham do fundo da prateleira. Curiosa que era chamou o marido Dicionário e juntos foram ver quem falava tanto.
- Ui, ui, ui, ai de mim que estou aqui esquecido há séculos. Acho até que estou todo enferrujado!
- Papel não enferruja, seu bobo, papel mofa! Disse o Dicionário.
- E quem são vocês afinal?
- Eu sou o Livrinho de bolso e acabei saindo do meu cantinho para ver quem chorava tanto!
- Porque chora assim, meu amigo, quem é você?
- Sou o papiro, amiguinho. Já fui muito importante, mas hoje, fico aqui neste fundão. As crianças nem sabem que eu existo!
- Nossa, olhando bem, como você é esquisito! Que tipo de papel é você? Falou o Livrinho de bolso.
- Não sou um papel, sou papiro
- P a p i r o!!! Mas o que é isso?
- Papiro é a folha de uma planta que crescia nas margens do Rio Nilo lá no Egito.

Dona Enciclopédia se empolgou com a conversa e toda dona de si começou a falar:
- O Egito foi uma das maiores civilizações da História. Seu povo, excelente no cultivo da terra e na astronomia, também inventou o calendário. O papiro é invenção dos egípcios. Eles não conheciam as letras por isso desenhavam sinais como, por exemplo, figuras de gente, de aves, de leões. Também não conheciam o lápis e a caneta. Usavam uma espécie de canudo rachado numa das pontas e esses escritos chamavam Hieróglifos.
Como o Sr. Dicionário não gostava nem um pouquinho de ficar de lado, demonstrando seus conhecimentos falou:
- Hieróglifo e uma palavra que quer dizer “escrita sagrada”.
- E como é que se faz livros como eu, por exemplo? perguntou o Livrinho de bolso.
- Muito bem, disse dona Enciclopédia – e virando suas páginas começou a falar:
- Quem inventou o papel foi um chinês chamado Cain Lun, no ano 105. As primeiras folhas de papel foram fabricadas com cascas de árvores. Do cânhamo faziam o papel fino.
- E o que é cânhamo? Perguntou o livrinho.
O senhor Dicionário, solene, limpou a garganta e explicou:
- Cânhamo é uma planta e os fios extraídos desta planta servem para fazer tecidos.
- Então... continuando dona Enciclopédia, no século XV, já se conheciam formas rudimentares de imprensa. Utilizavam pranchas de madeira e nelas esculpiam figuras ou letras em baixo-relevo. Depois era só passar tinta por cima da prancha e pressionar um papel para reproduzir imagens ou frases.
Novamente o Sr. Dicionário interrompe a conversa e diz:
- O processo de imprimir imagens recebeu o nome de xilogravura e o de imprimir palavras recebeu o nome de xilografia.
A conversa seguia animada e nem repararam quando uma senhora muito gorda toda frisada de dourado se aproximou.
- Olá amigos, sou a Bíblia e fui o primeiro livro a ser impresso no mundo depois da descoberta de Gutenberg.
- G u t e m b e r g! quem é esse? Perguntou o livrinho
Novamente dona Enciclopédia virou mais uma página e começou a falar:
- Certo dia, no ano de 1440, um homem chamado Johannes Gutenberg teve uma grande idéia. Resolveu usar uma mistura de metais para fabricar letras separadas umas das outras. Depois juntou cada uma delas e formou palavras. Esse foi o primeiro passo para a imprensa moderna.
- Hã...Hã..., a junção das letras móveis para compor palavras é chamada tipografia, disse o sr. Dicionário.
- E assim, continuou a Enciclopédia, foram acelerados os processos de impressão pelo reaproveitamento das letras na produção de páginas diferentes.
E dessa forma, a conversa se estendeu noite adentro.
Já era quase dia claro quando resolveram parar a conversa. Precisavam descansar, pois logo mais iriam visitar as escolas da cidade para ensinar as crianças o quanto é necessário ler.
A criança que lê reflete com emoção sobre a vida e ao explorar o mundo maravilhoso da fantasia torna-se mais humana ao expressar suas emoções.


Augusta Schimidt
Enviado por Augusta Schimidt em 07/08/2005
Código do texto: T41115
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