Lolla se acidentou no pasto enquanto tentava ajudar Lolô a se virar. Ao ser hospitalizada a ovelha fica curada da fratura da perna inexplicavelmente. Ao chegar ao hospital, o veterinário que operaria Lolla fica abismado. 
         - Tem certeza de que esta radiografia é desta ovelha? 
         - É doutor, pelo visto o senhor não vai ter que fazer nada. Deus já fez tudo. O doutor fica frustrado. Se operasse aquela ovelha ele ganharia notoriedade. Afinal Lolla é uma personalidade. Incrédulo com o que estava vendo manda radiografá-la novamente.
          -Doutor, Jesus curou a Lolla através de nossas orações. Se não fosse assim, dengosa do jeito que ela é, estaria fazendo o maior dramalhão. - diz Jocilei ao doutor. 
          - Façam o que estou mandando. 
          - Nós vamos fazer sim, mas só para provar que ela está curada. Nesse momento entra a enfermeira e comenta: 
          - Doutor, os animais da enfermaria onde ficou a Lolla estão apresentando uma melhora inexplicável, estão todos serelepes. Será que tem a ver com a oração daquela senhora? Depois de tudo esclarecido e deixando uma grande interrogação, no doutor, sobre a cura de Lolla, retornam todos à fazenda para tocarem suas vidas. O rebanho estava muito contente com a volta da Lolla. O dia estava ensolarado e muito quente. As ovelhas reclamavam da lã muito grande. Seu Aníbal não veio na semana passada com sua equipe para fazer a tosa das bichinhas porque estava com pneumonia. Isso fez com que as ovelhas ficassem agitadas. 
          - Huumm! Não tô gostando disso. Vem tempestade das brabas. — comenta vó Zica para si mesma. Cida ouvindo isso fica intrigada.
          -Descobri. Vó Zica quando esta só fala outras coisas. Aquela pergunta chata ela só faz com a gente. Ela disse que vai chover forte. Será que ela caducou de vez? O dia está lindo! Da onde ela tirou chuva? - fala com Rodolfo e Binho, os integrantes do OVE. 
         - Em todo caso vamos avisar na fazenda, prevenção e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. - fala Rodolfo. Beto, o carneiro chega para Rod Mel e entrega um imenso relatório sobre o dia do parto da Lolla. 
O “Spêra” era um sucesso. Não tinha nenhuma característica de clínica de emagrecimento. Lá os gordinhos se sentiam à vontade, os complexos acabavam porque todos eram iguais. Ubira e Beth estavam se entendendo tão bem que o resultado se via no trabalho. Tudo muito organizado, merecendo os elogios de Ari e Alice. 
         - Ari, o “Spêra” e o filme trouxeram uma receita extra para a conta das Fazendas Reunidas, não é? 
         - Com certeza. - responde Ari. 
         - Estava pensando que vocês poderiam criar um banco para atender as pessoas de poucas posses. Acompanha meu raciocínio. A maior dificuldade dos pobres é conseguir empréstimo por causa da burocracia e não comprovação de renda. O Banco em questão atenderia essa faixa de mercado. Conversando com várias pessoas da cidade e da periferia, vi que muitos precisam de tão pouco para resolver seus problemas imediatos. Um motor novo de uma geladeira que pifa, um exame médico ou remédio para alguém da família, um insumo agrícola, mas deparam com a burocracia bancária. E funcionaria assim: sem publicidade. Nosso cliente traria outro e se responsabilizaria por ele, a popular “de boca em boca”. O teto seria de dois mil... 
         - Por que só dois mil? - pergunta Alice. 
         - Aí é que está a chave. Porque pobre paga! Não dá calote. Porque quando pedem, é que precisam mesmo. Para vocês terem uma idéia criei até o nome do Banco. PROSPERA. Que por enquanto pode funcionar na fazenda das pêras. 
Depois de boas gargalhadas, Alice comenta com Ari: 
         - Adorei a idéia, imagine amor, temos o “Spêra”, o “Prospera”, qual será o próximo? 
         - Ari, eu sugiro que a Beth fique responsável pelo “Spêra”, ela já está apta para isso. Eu quero tocar esse projeto se você não se incomoda.    
          - Vamos falar com Seu José e os outros afinal somos uma grande família, por mim eu estou de acordo. 
         -Eu também. – diz Alice. 
No meio da tarde, inesperadamente, nuvens escuras foram cobrindo o céu. Era algo terrível. Mose, Jocilei e seus ajudantes correm a recolher o rebanho para o aprisco coberto. O abrigo não comporta todo o rebanho, deixando muitas ovelhas ao relento. Entre elas Lolla, Rubenita e seus filhotes. A chuva cai grossa passando rapidinho a temporal. 
         - Bem que a vó Zica falou! – diz Cida. Por outro lado Jully começa seu ataque de estrelismo:
          - E agora mãe? Que adiantou eu ir ao Pet Shop fazer os cascos e os pêlos. Vou ficar enlameada. Se alguém me vir desse jeito eu morro. Imagine eu, uma maneca internacional ser fotografada por um paparazzi. 
          -Jully vê se você tira proveito dessa ocasião. Você vai ver o peso da sua lã bonita. Você vai aprender a carregar o seu próprio fardo. 

          - Como a lã pesa, a culpa é de Seu Anibal, ele tinha que ficar doente agora? Rodolfo dá um chega pra lá na irmã dizendo: 
          - Já que você está molhada mesmo, vamos com Cida e Binho ver o que aconteceu com as formigas. Quero pesquisar se a água inundou o formigueiro. Cida esta entusiasmada. Ela adora esses momentos felizes. 
          - Vamos brincar na chuva, vem Jully, é gostoso. 
          - Vocês não negam que são caipiras, nasci para ser urbana. 
          - Deixa de delírios, da onde já se viu ovelha urbana? - corta Rodolfo, as frescuras de Jully.
Passada a chuva, Seu José manda chamar o Dr. Jorge para inspecionar as ovelhas, e em especial a Lolla, que havia se acidentado há pouco tempo.
           -Ela está ótima. De fato ela é uma ovelha especial. E só secar o pêlo e prepara-las para a tosa, a lã é muito boa e foram bem lavadas pela chuva... 
           -Meeeé! Não achei graça nenhuma. - corta Lolla. 


Continua amanhã...