No distante Reino de Sahagún vivia uma linda menina. Seu nome era Bellisa de Sahagún, filha do Príncipe Sadim e da Princesa Aidualc. Era neta do Rei Oigres e da Rainha Sedrul. Tinha apenas um irmão, o Infante Oiac de Monolópis, mais velho que ela.

Bellisa era dona de uma beleza fulgurante. Sua pele era clara como os raios da Lua e mais aveludada que todas as pétalas das flores de Sahagún. Seus longos cabelos sedosos lembravam delicados fios de ouro e ondulavam gentilmente quando caminhava pelos jardins palaciais, como que orquestrados magicamente pelo vento.

Seu sorriso cativante iluminava todo o Reino onde vivia. O Sol mal conseguia disfarçar a inveja que sentia.

Mas Bellisa tinha um problema: gostava muito de comer. Os doces eram os preferidos, mas não somente eles - Belisa também amava as coxinhas de galinha, as almôndegas, os croquetes e o purê de batatas mexidinho com ovos fritos e azeite preparado com carinho para ela pela Rainha Sedrul.

Sua barriguinha começava a ser notada por todos. Algumas colegas invejosas a chamavam maldosamente de - Bellisa Barriguinha de Polenta. Isso a deixava furiosa.

Sua mãe Aidualc, que era plebéia, casara-se com o Principe Sadim após uma paixão fulminante. Ela nascera no Reino de Liasibra onde conhecia muitos curandeiros de renome. Quem sabe algum deles teria a fórmula para frear o apetite descontrolado de Bellisa?

E assim foi feito, mas nenhum dos consultados conseguiu resolver o problema da menina que passava a comer mais e mais. Sua barriguinha aumentava a cada dia.

Certa noite seu pai, o Principe Sadim, ouviu ruídos estranhos vindos da Despensa Real que ficava na parte térrea do palácio.

Desceu as escadas, pé ante pé, e surpreendeu Bellisa empanturrando-se com barras de chocolate.

- Bellisa, o que é isto minha filha?

- São barras de chocolate papai. Você não está vendo?

A resposta irônica de Bellisa fez com que Sadim a proibisse de ler os livros de receitas culinárias da Biblioteca Real.

Todo o Reino estava consternado. Bellisa engordava a olhos vistos. Ninguém sabia como resolver o problema. Até que alguém se lembrou de um nome: a bruxa Zezé.
Sergio Righy
Enviado por Sergio Righy em 07/10/2017
Reeditado em 09/10/2017
Código do texto: T6135410
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