A FADA BONECA

Na Terra do Imaginário vivia uma menina que morava com seu pai, um lavrador muito pobre. No dia em que completou cinco anos, o lavrador chegou a casa com um pacote nas mãos e foi dizendo:

- Filha, este é o presente que eu posso te dar.

A menina abriu o pacote e dentro estava uma boneca de pano não muito nova. A criança ficou encantada. Abraçou e beijo a boneca e a levou para o seu quartinho. Colocou-a em uma cadeira bem enfrente de sua cama. Naquela noite a menina aniversariante sonhou que a boneca estava viva e falava como gente. O pai sorria enquanto a pequena contava seu sonho.

O pai precisava sair, pois procurava trabalho e para isso precisava andar muito. Ele era especialista em colheita de feno por isso percorria as fazendas, mas nenhuma delas precisava de empregado. Voltou para casa triste, desiludido. A menina, com a boneca nos braços, acercou-se do pai e, para ver um sorriso no rosto do homem, passou a mão da boneca no rosto dele.

À noite, depois de rezar, o pai foi dormir. Sonhou com a boneca da filha que lhe dizia:

- Vá à fazenda Brisa. Lá tem o emprego que procura, mas tenha cuidado com a dona, ela gosta de enganar os empregados.

O homem acordou na manhã seguinte pensando no sonho. Será que podia acreditar? Era tão real. Arriscou e partiu para a fazenda Brisa. Ao chegar foi recebido pela dona da fazenda que lhe fez uma proposta.

- Preciso de um ajudante. Pode trabalhar para mim, porém o pagamento só se colher mais do que eu em uma semana.

O homem aceitou sem saber que a dona da fazenda possuía muitas ferramentas para fazer a colheita do feno e ele só tinha aquela foice velha. Na certa perderia para a fazendeira. Outra vez sonhou com a boneca da filha. Desta vez ela afiava a foice numa velocidade incrível e, quando terminou, a foice estava afiadíssima e novinha. Brilhava. Era como se tivesse sido comprada naquele instante. No dia seguinte, não acreditando no sonho, foi ver a foice que ele guardara no celeiro. Lá estava ela como no sonho, linda, novinha.

Sorrindo o homem partiu para o trabalho. A foice ganhava uma velocidade incrível quando o homem a manejava. Era como se não precisasse de mão para conduzi-la. O trabalho evoluía satisfatoriamente Do outro lado da fazenda, a dona, usando todas as ferramentas modernas, trabalhava rapidamente para vencer o homem e assim não pagar o salário devido.

Chegou o final daquela semana. A mulher foi verificar o trabalho feito homem naquele lado da fazenda. Não acreditou no que viu. O feno estava colhido e amarrado em fardos era só carregar. Então ela perguntou:

- Como conseguiu, com essa foice velha, fazer todo esse trabalho?

Foi aí que o homem olhou para a foice e viu que estava velha como antes. Sem saber o que responder, ele disse:

- Fiz o meu trabalho. Quero receber o pagamento combinado.

Recebido o pagamento, o homem voltou para casa e ao entrar na sala viu a filha brincando com a boneca que já não era velha. Era uma linda boneca de pano com roupas coloridas. A menina sorrindo disse ao pai:

- Viu papai. Minha boneca é mágica. Hoje quando eu acordei ela estava assim, novinha, novinha.

22/03/18