Galileu e seu neto inquieto

Era uma vez um velho professor aposentado chamado Galileu.

Ele vivia lendo sobre filosofia, história da humanidade e biografia de homens e mulheres que tentaram consertar o que havia de confuso no mundo de suas épocas... E esse era o sonho do velho Galileu: continuar a obra dos estudiosos que queriam um mundo melhor. Para isso ele lia, estudava e pesquisava o tempo todo.

Galileu tinha um neto muito curioso e abelhudo que vivia grudado nele, remexendo seus livros, seus cadernos, suas anotações e seus arquivos no computador – muitas vezes travando a máquina quando tentava baixar jogos ou assistir vídeos no youtube.

O neto de Galileu chamava-se Aristóteles Platão Sócrates Confúcio de Almeida. Com tantos nomes de filósofos dentro do próprio nome, não é difícil adivinhar quem escolheu esse nome, não é? É claro que foi o vô Galileu!

Uma noite, em que não queria ser interrompido e o neto estava especialmente irrequieto, Galileu implorou para que o menino fosse brincar em outro lugar, em outro planeta, em outra galáxia, se isso fosse possível. Que nada! Aristóteles Platão Sócrates Confúcio de Almeida continuava por ali...
Foi então que a avô resolveu arranjar uma maneira de entreter o neto. Lembrou-se de um mapa do mundo, bem detalhado, que havia na página de uma revista científica. Tirou a página, cortou o mapa em pequenos pedaços e desafiou o menino:

- Você vai me ajudar a consertar o mundo! Veja: está todo partido. Arrume o mundo para mim e quando terminar me avise, está bem? – disse para o menino enquanto voltava para sua luneta, certo de que teria horas de sossego.

Exatamente quinze minutos depois, o neto voltou todo pomposo:

- Pronto, vô. Consertei o mundo!

Não dava para acreditar... o menino havia conseguido montar a imagem, sem nenhum erro, em tão pouco tempo. Galileu, confuso, perguntou como ele havia conseguido essa façanha, tão rapidamente.

- Vô, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que, do outro lado da página, havia a imagem de um homem. Quando você me deu o mundo para eu consertar, eu tentei, mas, não consegui. Foi aí que me lembrei do homem... Virei os pedaços de papel ao contrário e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.