Cisterneiro de truz

Era um bom cisterneiro. Trabalhador, honesto e, sobretudo, eficiente. Jamais falhava no seu serviço e costumava até acertar na mosca nas predições que fazia sobre a que profundidade encontraria água.

Mas dessa vez a coisa não tava dando certo. E o cisterneiro continuava furando, furando, furando, sem fim, e neca marejarem o fundinho e as paredes...mas ele ia em frente, sem desanimar.

Até que, de repente, numa boa picaretada, o céu se abriu, escuro mas bem marcado com aquele belo luar e as estrelas.

Nosso operoso cisterneiro, mirando aquela cena, apenas tirou o chapéu e murmurou;

- Eta ferro, já é noite no Japão...

(baseado numa historieta do grande Olavo Romano, ex-Presidente da Academia Mineira de Letras, e causador contumaz - ou mesmo sem o tumaz...)

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 29/11/2018
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