As Rosas e o Cacto
Em um jardim com grandes árvores, grama verde e bem florido, havia duas rosas que disputavam o amor de um cacto.
As rosas estavam no auge de suas belezas. Elas reluziam, em suas pétalas, um vermelho intenso e exalavam um delicioso perfume, mas brigavam entre si para saber qual era a mais harmoniosa e emanava a fragrância mais marcante. Com seus espinhos, uma alfinetava a outra, provocando discórdia, rancor e mágoa.
O cacto, por sua vez, era alto, robusto e admirava as duas rosas, mas também outras flores do jardim, como a dália, a amarílis, a calêndula, a gérbera e a gardênia.
As outras flores ignoravam o cacto pois não apreciavam aquele seu jeito marrento e pretensioso. Dália se apaixonou pelo lírio, amarílis pelo cravo, calêndula fisgou o amor-perfeito e gérbera fez sua união com gardênia.
Mas, a cada dia, as duas rosas brigavam e se feriam mais. A cada espinhada que se davam, notava-se um pouco menos de viço em suas pétalas e as lindas rosas foram perdendo seus encantos.
Ingênuas, elas desperdiçavam tanta energia atacando uma à outra que nem notavam todas as maravilhas e possibilidades que existiam naquele imenso jardim. As rosas também não percebiam que qualquer flor que tocasse o cacto seria ferida com seus espinhos.