O verde Vale

Um córrego, contorna um pequeno vale, onde a paisagem é toda bela e o quintal farto de plantação e criação; ali as aves, se abrigam à noite, no galinheiro e os porcos vivem tranquilamente no seu chiqueiro. Nos pastos verdejantes, os animais, seja no sol ou na chuva, saboreiam o alimento, no sopro suave do vento.

Bem na luz do dia, no terreiro das Galinhas, a família de Mutuns pia:[Fiu...fiu...fiu...]

O Mutum pai diz: [Nussa...quanta comida filho. Tem sorgo e tem milho.

Vamos bicar rapidinho, senão, despertamos o vizinho.

[Nac... nac... nac...]

A Siriema, canta em cima de um pau:

[Cau...cau...cau...caucaucaucau...]

E devagarinho, rodeia o quintal e cobiça um ninho.

[Nussa, quantos ovos de galinha...!!

[Nac... Eco! estão chôquinhos.

Os Teiús, rastejam, mas dão bote, adoram comer ovos e filhotes. O pai, diz: Filhinho, espere aqui, que vou buscar alguns ovos ali.

Mas, o bicho segue uma galinha, passeando com pintinhos, ô coitadinha. O Teiú, levanta a boca e o focinho e vai em direção ao pintinho. A mãe protetora, grita e bica o malvado e ele sai do seu lado.

A Raposa, que anda pela mata, sem dar sinal, chega na calada da noite, com seus olhos vermelhos, rondando o quintal. Ela fica hipnotizando a ave, no puleiro e numa destraida, ela dá o bote certeiro. O Gato do mato, miau!!, com hábitos noturnos de caçador mau, vem engatinhando, com fome de devorador, sente a presa pelo odor. [Xi... O pulo não deu certo agora, mas eu volta outra hora. Miau...miau...miau]

Já o Cachorro do mato, Au...au... é menos esperto que o gato e na madrugada, ele sai e vem pagiar o galinheiro, mas as presas assustadas, gritam o tempo inteiro. Ele desiste da caçada e volta para o mato, com uma fome danada. Logo, vem o Mão pelada, no silêncio da madrugada, devora uma cana madura e se delicia com sua doçura.

chup...chup...chup...]

Até do céu, vem o Gavião mal e na distraída da angolinha, no quintal, ele leva a pintadinha, para o seu ninho e na copa da árvore, se alimenta quietinho, só deixando os ossinhos.

O Lobo, com fama de mau, nunca apareceu no quintal; acho que tá em extinção, pelo desmatamento e a devastação.

Mas, ronda também, no Vale, a Jaratataca, que expele um cheiro fétido, em quem a ataca. Tem os Quatis em manada, os Gambás fedorentos, os Ratos, nas palhadas, do paiol, roendo milho, para o sustento. Até as Cobras serpentes, refugiam no quintal, para um ataque mortal. Elas se escondem e procriam, embaixo das pedras e capins secos, à procura de insetos e se picar alguém, é mal sinal, vai parar no Hospital.

As formigas cortadeiras, são alimento para o Tamanduá. Ele anda lentamente, mas pode te abraça.

E nos pastos Verdinhos, o gado gordo, come devagarinho. Até o gado do vizinho, quer comer o capim verdinho e docinho.

Nosso verde Vale, é assim, cheio de belezas e também de surpresas.

Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 09/05/2019
Reeditado em 28/02/2020
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