MIDAS,
O REI QUE TINHA ORELHAS DE BURRO
 

(reeditando por solicitação de uma criança adulta...)


Num reino muito distante
Na Frigias, lá no oriente,
Apolo, em um rompante,
Com Midas foi inclemente.
 
Foi depois de uma disputa
De flautas com Apolo e Pan
Midas que estava na escuta
Disse de quem era fã.
 
Apolo, nada contente,
Com a preferência de Midas
Deu-lhe ali em um repente
Orelhas como espigas.
 
Eram orelhas de burro
E o rei ficou deformado
o rei quis lhe dar um murro,
mas teria piorado.
 
Desde então o rei passou
A usar belos turbantes
As orelhas ocultou
E era sempre elegante.
 
Só o seu cabeleireiro
conhecia o segredo
E sendo bem fofoqueiro
Só não contava de medo.
 
O cabeleireiro então
Teve uma ideia genial
Fez um buraco no chão
No meio de um matagal.

Ali então o fofoqueiro
Falou quase num sussurro,
Como para o mundo inteiro:
“Midas tem orelhas de burro”!
 
Depois tapou o buraco
Com aquele seu segredo,
Cabeleireiro velhaco,
Já não sentia mais medo.
 
Porém naquele lugar
logo um bambuzal cresceu
e o vento pôs-se a anunciar:
o que o cabeleireiro escondeu.
 
O reino todo ouvia
O vento do bambuzal
E o que ele dizia
Virou o assunto geral.
 
Midas tem orelhas de burro!
O segredo foi desvendado.
Midas  só não dava esturro
Porque era educado.
 
O rei então fez cortar
o bambuzal delator,
que crescia e voltava a anunciar,
seu segredo, aquele horror.
 
E assim passou a vida
O rei da Frigias, na história.
Quem quiser conte em seguida,
Outro fato de memória.
 



Para minhas sobrinhas queridas, Talita, Sofia, Luiza e Alice, com todo o carinho, da Tiêi
 



 
 
Enviado por Hull de La Fuente em 23/09/2014
Reeditado em 21/11/2019
Código do texto: T4973288