Monstros da Noite
Mamãe, quero dormir na sua cama
Eu sei que ama
Mais tem um monstro que me chama
No silêncio do meu quarto
Vem aqui meu filho
Me de um abraço
Monstros não existem
Não sei porque
Nessa bobeira insiste
Existe sim
Está presente todas as noites
As vezes não é o mesmo
Mas os monstros eu vejo
Eu escuto, sinto o cheiro
Então me conte
Detalhes daquele que se esconde
No seu quarto, ou não se sabe onde
Como é esse tal monstro?
Na escuridão
Fica difícil a descrição
Tento vê-lo com o coração
Mas não enxergo não
Forte a respiração
Somente escuto seus ruídos
Frequência em aceleração
Sinto pesado seus fluídos
Parece semelhante
Respiração ofegante
Ritmo acelerado
Do coração preocupado
Fale mais, desse monstro malvado
Com pouca luz
Consigo ver suas sombras
As vezes forma uma cruz
Confuso em meus braços, assombra
Ja tentou encara-lo de frente
Mostrar seus dentes
Você é forte e corajoso
O monstro vai fugir, como um medroso
Não é um, são vários
Só aparece quando estou sozinho
Já o procurei em cima do armário
No mezanino
Não encontro-o em lugar algum
Pelo contrário
Ele me encontra
Eu vou lá com você!
Não mãe,
As vezes parece que está dentro de mim
Num mundo sem fim
A cruz são meus braços
Meu coração e meus descompassos
Não são muitos monstros que vem me assustar
São muitos monstros que em mim vem morar
Agora mãe, eu queria saber como é que eu vou cuidar
Desses tantos eus confusos pra abrigar
Ãh
Já estou bem mãe, só quero seu colo!
Demorei pra descobrir
Meu monstro também está aqui
Quando deito, não me deixa dormir
Mas eu não tenho pra onde ir...