A APOSTA

Apostavam o Sol e o Vento

Quem mais rápido faria

Tirar o grosso casaco

O moço que pela estrada corria.

Primeiro o vento ventou

Com tanta força que depenou

As aves e as árvores desfolhou,

Casas sua violência derrubou.

O moço fortemente o casaco segurou

E o Vento cansado e injuriado

Com forte rajada assegurou

Não ser capaz de tal aposta vencer.

É sua vez, disse o Vento ao Sol,

Espero que com dignidade se porte

Quero ver se de fato é o mais forte

Por isso lhe desejo boa sorte.

O Sol, abrindo largo sorriso disse:

Não preciso de sorte, isso é sandice,

Segurar o casaco é pura tolice

Veja só a minha façanhice.

E as três horas da tarde

Daquele dia de forte verão

O belo Sol sem coração

Elevou tanto a temperatura

Fez no solo imensas rachaduras

E no ar despejou tanta secura

Que o moço que na estrada corria

Sentiu que com o casaco derreteria

De tanto suar não sobreviveria

E a longa distância não venceria

Daquele grosso casaco se livraria

E assim o calor aliviaria.

Vendo o casaco voar pelos ares

O Sol disse rindo ao Vento:

Caro amigo tome tento

Para vencer é preciso talento.

16/01/2022

(Maria Hilda de J. Alão)

(Blog: https.//hildaalao.blogspot.com)