A cigarra e a formiga - em cordel

Era outono na floresta

Muitas folhas pelo chão

Vento soprando de leve

Quase fim da estação

Para alguns era descanso

Para outros, trabalhão

Formiguinhas indo e vindo

Toda hora, sem parar

Pega folha e carrega

Indo pra lá e pra cá

Eram os preparativos

O inverno ia chegar

As formigas são pequenas

Mas nunca estão sozinhas

Trabalham sempre em grupo

Ajudando as amiguinhas

Desse jeito é mais fácil

Transportar suas folhinhas

Ali perto se ouvia

Uma música animada

Era alguém de bem com a vida

E nadinha preocupada

Nem via o tempo passar

Numa pedrinha, sentada

Era a Dona Cigarra

Sempre com muita alegria

Que cantava e tocava

Artista igual não havia

Espalhando na floresta

Toda a sua simpatia

Olhando as formigas

E aquela trabalheira

Dona Cigarra falou:

“Só pode ser brincadeira!

Ei, aproveitem o dia

Suar tanto é besteira!”

Mas uma das formiguinhas

Sentiu-se desafiada

E respondeu à Cigarra

Falando meio abusada:

“Com o inverno não se brinca,

Quem quer ficar congelada?”

Dona Cigarra sorriu

E não deu muita atenção

Foi tocando suas notas

Escolhendo outra canção

Sua vida era assim

Não tinha preocupação

Os dias foram seguindo

E o tempo foi passando

Não se via as formiguinhas

Era o inverno chegando

Cada bicho em sua casa

E o frio aumentando

Dona Cigarra sozinha

Não tinha pra quem cantar

Não encontrava comida

E nem onde se esquentar

Foi até o formigueiro

E pediu para entrar

Lá dentro, as formiguinhas

Estavam bem aquecidas

Alimento não faltava

E todas bem protegidas

Quando a Cigarra chegou

já estava enfraquecida

“Eu poderia entrar?

Seria um grande favor

E se gostarem de música

Eu toco com muito amor

Estou precisando apenas

De um lar acolhedor”

As formigas reunidas

Tomaram uma decisão

De ajudar a amiga

Que estava em aflição

Deixaram entrar a Cigarra

E foi grande a diversão

A Cigarra e as formigas

Eram só felicidade

Respeitando umas às outras

Como irmãs de verdade

E foi assim que nasceu

Uma nova amizade!