O dia em que encontrei um E.T.

          Nossa! Tudo estava muito estranho... Que lugar era aquele?
          Não era minha cama, não era o meu quarto... As paredes eram brancas com riscos coloridos, e a janela era um vão aberto por onde entrava um raio de luz... e bem no meio dessa luz, lá vinha Ele!
          Ele era uma coisa grande, azulada, com dois olhos horrendos no meio da testa. Enooooooooooooooormes! Quando chegou mais perto dava para perceber que só tinha três dedos em cada mão e que a pele era escamosa, como de um peixe. Tinha um tufo de pelos sobre a cabeça e trazia um cinturão com uma porção de penduricalhos pendurados: objetos azuis e triangulares, alguns botões amarelos que piscavam e uma espécie de bumerangue preso numa corrente dourada.
          Ele veio andando devagar enquanto a luz foi diminuindo e arrebentou a parede como se fosse de papelão. De repente estava muito próximo de mim... tão próximo que eu podia sentir seu cheiro, meio azedo, como quando o leite estraga e amanhece num copo sobre a pia da cozinha. A boca da criatura, não parecia uma boca mas um buraco na parte de baixo da cabeça: era como uma pequena caverna oca com pedaços de pedras pontiagudas por dentro.
          De repente, com uma voz rouca e trêmula o monstro disse:
          - Vim te buscar, garoto. Vou te levar para o meu planeta!
          Então eu espreguicei, olhei bem para o E.T. sem medo algum, guardei minha caixa de lápis de cor, e parei de desenhar.