A Menina do Vestido Vermelho

Nada a ver com a Chapeuzinho Vermelho. Esta outra de quem falo, por força de uma promessa feita por sua mãe, teve que passar um ano usando apenas roupas vermelhas. Por estes tempos nós namorávamos escondido, a família não aceitava que ela namorasse por ter apenas 13 anos. Em vista dessa proibição nossos encontros eram raros e fortuitos. Eu dava plantão nas esquinas da rua onde ela morava por um olhar, um aceno. Acho improvável uma cena destas nos dias de hoje.

A família fez de tudo, pregou portas e janelas, interrompeu os estudos, por fim, mandou pra casa de parentes numa cidade vizinha. Descobri o endereço e no dia seguinte, suando em bicas, cheguei lá, numa bicicleta. Dizem que o amor a tudo vence, pois é, vencemos.

Aí ficou “fácil”: três anos de noivado (sentados na sala em cadeiras separadas), nos casamos e já lá vão 59 anos. Ah! a respeito do título A Menina do Vestido Vermelho, é que naqueles tempos difíceis, todas as vezes que eu avistava ao longe alguém de roupa vermelha, saía correndo atrás feito um louco, na esperança de que fosse aquela a quem eu tanto queria.

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Agradeço ao amigo Stelo Queiroga, a excelente interação:

Dois jovens em pleno viço

Eu José ela Maria

Nosso eterno compromisso

Renovado todo dia

Seis bons decênios depois

E o amor entre nós dois

Cresce, inspira e contagia.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 28/08/2015
Reeditado em 31/08/2015
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